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12 FROM THE TOP » JOSÉ VELLOSO, ABIMAQ Novembro 2020 | AutoData dência é desvalorizar a moeda. A nossa previsão é de cotação de R$ 5,00 a R$ 5,50 ao fim de 2021. Outra bandeira defendida insistente - mente pela associação é a da reforma tributária. Vocês estão satisfeitos com a proposta que está sendo discutida? Vamos dividir a questão tributária em três partes: imposto sobre consumo, sobre salários e sobre renda e patrimônio. A reforma que está sendo discutida é ape- nas sobre a primeira parte: ISS, ICMS, IPI, PIS e Cofins. É só isso. Estamos deixando de lado a segunda parte, o INSS, que segundo o [idem ibidem] Paulo Guedes poderia ser substituído pela CPMF, e que ficará para 2021, se não for mais para frente. E a terceira parte, IR, IPVA, IPTU, mais para frente ainda, acredito que nem será votado nesse mandato. É difícil di- zer o que vai acontecer, mas acredito que seja possível passar na Câmara dos Deputados a primeira parte, que cria o IBS, unificando os cinco impostos so - bre consumo, até o final do mandato do [deputado, presidente da Câmara dos Deputados] Rodrigo Maia, ou seja, fim do ano legislativo, 31 de janeiro. Para isso o recesso teria que ser mais curto. Mas é uma boa proposta? É excelente. De acordo comvários estu- dos, como Ipea, FGV etc., só de aprovar como previsto na PEC 45, o PIB cresce 20% até 2035. O que vai forçar o governo, os deputados e os senadores a votar esse tema é o rombo fiscal, que já está em R$ 850 bilhões. Estamos enfrentando dificuldade para votar o orçamento de 2021, será uma briga de foice no escuro, faltará dinheiro para saúde, educação, transporte, para tudo, porque ele só po- derá ser o valor desse ano mais a corre- ção da inflação. Não adianta brigar pelo que não há. De onde viria mais dinheiro? Dos impostos. Se o Brasil não crescer em 2021 a arrecadação não aumentará, e a reforma tributária é a saída para isso. “Só de aprovar a reforma tributária, aquela que está na PEC 45, o PIB crescerá 20% até 2035.” folha e vai para o faturamento, e no nos- so caso é 2,5%. O que ocorre é que o nosso setor exporta mais de um terço do faturamento, e aí não entra o tributo. 56% das empresas exportam. Isso não reduz receita, pois quando foi instituída a desoneração foi criada junto a Cofins de exportação, em 1%, o que compen - sa. A desoneração da folha é optativa, então as empresas que não exportam não entraram, porque neste caso seria elas por elas. Como aAbimaq espera o dólar em2021? Há instituições financeiras falando em R$ 4,50... Se soubéssemos ficaríamos ricos [risos] . O dólar só vai cair, mudar de patamar, quando o risco-País diminuir. Toda vez que alguém dá palpite para intervir na economia os agentes econômicos ficam nervosos, e aí sobe juro e desvaloriza a moeda. Quando o governo começou a reduzir os juros, ainda no governo ante- rior, o dinheiro começou a sair do País porque muita gente acha que só vale investir aqui se a remuneração foi mais alta. Não saiu todo o capital ainda porque existem títulos de médio e longo prazo, mas conforme vão vencendo não são renovados. O Tesouro está lançando os novos com remuneração muito baixa, que o mercado não aceita, e por isso a rolagem da dívida está sendo feita com títulos de curto prazo. O [ministro] Paulo Guedes diz que omercado quer colocá- -lo de joelhos e que ele não aceitará. O câmbio passa por tudo isso, e enquanto houver dinheiro saindo do País a ten-

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