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14 FROM THE TOP » JOSÉ VELLOSO, ABIMAQ Novembro 2020 | AutoData E os incentivos fiscais, como ficamnesse cenário? Deixam de existir, porque se baseiam em redução de ICMS, PIS, Cofins... O Brasil está nessa situação porque pou- cos tiveram grandes benefícios em de- trimento de muitos. Se eu consigo um benefício para a minha empresa isso não mudará o tamanho do Judiciário, do rombo da saúde, do número de alunos nas escolas públicas... quem paga esse benefício? Mas como fica a questão regional? O Brasil é um país muito grande com de- senvolvimento concentrado, industrial- mente falando. O Brasil é grande e cheio de problemas por causa de ummonte de puxadinhos que foram criados ao longo dos anos. A empresa tem um benefício, muda-se para um lugar porque lá tem a vanta- gem do ICMS, tem que treinar mão de obra, e nem sempre isso é eficien - te, o que afeta a produtividade, e ela está em um lugar em que a logística é cara, longe do consumidor, do porto etc. Isso se chama má alocação de recursos. O produto será mais caro e a empresa pedirá mais incentivo, por- que já começou tudo errado. Com a reforma haverá um espaço de tempo para esse imposto velho desaparecer, mas na hora que acabar o ICMS vai acabar o benefício. O Brasil ganhará com isso. Se o PIB cresce o consumo crescerá. Temos que soltar as amarras do passado. Peguemos um exemplo prático, a Zona Franca de Manaus. Como ficaria? Junto com a reforma serão criados Fun- dos de Desenvolvimento, que servem justamente para garantir recursos para as regiões que perderão com a nova relação. A PEC garante que durante cin- quenta anos Manaus receberá omesmo tanto de recursos de hoje, via fundo. É melhor do que agora, quando o imposto “O Brasil está nessa situação porque poucos tiveram grandes benefícios em detrimento de muitos.”

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