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15 AutoData | Novembro 2020 “Uma montadora não abrirá mão de sua competitividade em um mercado super disputado como o automotivo para nacionalizar peças.” como esse problema aqui é sério. Te- mos que aumentar a produtividade e a competitividade. Já estão, sim, aconte- cendo movimentos de nacionalização, mas estamos fazendo isso com dólar a R$ 5,50, é uma ajuda temporária, quanto mais a economia melhorar mais perde- remos essa vantagem. Isso não se sus- tenta. Não acredito que a globalização tenha acabado. Temos que aproveitar essa possibilidade para atacar nossos problemas. é alto para justificar os benefícios. Amé - dia do imposto sobre consumo no Brasil é 25%, mas como tem gente que não paga nada tem gente que paga muito. Uma calça jeans paga 48%, um celular paga 56%. De quanto precisamos para subsidiar Manaus? Faz a conta e tira do fundo de desenvolvimento, que será alimentado por um pedacinho do IBS. Isso também ajudará a descobrir novas vocações para Manaus: turismo, biotec- nologia etc. Issovaleria também, então, para asmon - tadoras do Centro-oeste que acabaram de ver aprovada nova prorrogação de cinco anos dos seus benefícios regio - nais? Todo benefício concedido em forma de PIS, Cofins, IPI e ICMS desaparecerá. Mas a PEC 45 garante que a arrecada- ção mínima será mantida. Não tenho a menor dúvida de que, para o País, a proposta é melhor do que ficar do jeito que está. Muito se fala hoje de aumento de nacio - nalização de componentes como efeito da pandemia. O senhor concorda? Não se no pacote deixar de existir, em conjunto, umaumento de competitivida- de da indústria. Pode haver um produto no qual uma empresa estrategicamente deixe de depender de um único for- necedor ou país, mas não por questão de custo, apenas por tática. Mas não acredito em uma política de médio e longo prazo de substituição de impor- tações por produtos nacionais mais ca- ros. Uma montadora não abrirá mão de sua competitividade em um mercado super disputado como o automotivo para nacionalizar peças. Temos é que aproveitar esse momento para melhorar a competitividade brasileira, e não há como adiar mais essa agenda. Depois da reforma tributária tem que existir a ad- ministrativa, a redução do custo Brasil... a covid-19 foi uma fagulha para mostrar Mas isso não passa muito pelo gover- no? O que as empresas podem fazer? Se não houver vontade política nada acontecerá. Nós, enquanto sociedade, temos que fazer o nosso trabalho de pressão, tanto sobre o governo quanto sobre o Legislati- vo, para essa agenda de competitividade caminhar. Não depende de cada empre- sa, mas acredito que se nãovislumbrarem essa vontade elas irão embora. Estão acontecendo repasses de preços na cadeia por questões ligadas ao IGPM, dólar etc.? Nosso setor não é indexado pelo IGPM, e na indústria quase nada o é. O IGPM impacta os aluguéis. Pode haver questões de um imóvel alugado por uma empresa, mas não para a indústria em si. O que está impactando é mesmo o dólar, pois muitas matérias-primas são indexadas pela moeda: aço, plástico, alumínio, fer- ro, vidro, bronze, cobre etc. E o dólar se

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