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32 Novembro 2020 | AutoData FORNECEDORES » RECONHECIMENTO inclusive sofreu, e ainda sofre, financei - ramente. Embora a CNH Industrial trabalhe de perto com seus parceiros considera-se praticamente inevitável que uma ou outra empresa tropece neste caminho. Ao todo são mais de setecentos fornecedores de Case Agriculture, Case Construction, New Holland Agriculture, New Holland Cons- tructrion, Iveco e FPT Powertrain. A questão maior, tema de reuniões diárias de Brizon com sua equipe, são as matérias-primas. Segundo o executivo as siderúrgicas, em especial, abafaram seus fornos quando toda a indústria parou para cumprir os decretos de isolamento e assim a retomada não tem acompanhado a demanda. “Os fornos voltaram a funcionar, mas existe problema de oferta de uma ou ou- tra especificação de aço. Conseguimos contornar a situação mexendo no mix de nossas linhas, que por isso não precisa- ram parar. E acredito que nem precisarão, porque a cadeia está retomando.” A CNH Industrial monitora também o mapa global. Embora na Europa a pro- dução, que parou no primeiro trimestre, permaneça, por enquanto, em ritmo nor- mal, a situação da Índia merece atenção: segundo Brizon a pandemia tem se agra- vado por lá, o que demanda cuidados por ser um importante polo fornecedor de componentes. De toda forma aparentemente o pior já passou e o cenário que se avizinha é positivo. O diretor de compras calculou um crescimento de pelo menos 5% nos negócios do ano que vem: “O agronegócio é um setor importante para a CNH Indus- trial e sempre costuma ir bem. Não dá para imaginar uma projeção inferior a essa”. GANHA-GANHA Os fornecedores da CNH Industrial ins- talados no Brasil estão aproveitando as oportunidades criadas pela valorização do dólar, que torna o produto local mais competitivo no mercado global, para mi- nimizar a questão dos volumes menores decorrentes da crise gerada pela pande- mia da covid-19 no mercado doméstico com novos contratos de exportação. A própria companhia, que tem em seu por- tfólio veículos comerciais pesados, máqui- nas agrícolas e rodoviárias e sistemas de powertrain, tem auxiliado as empresas a mapear em suas operações possibilidades de ampliar as exportações da cadeia. “É um sistema de ganha-ganha”, en- tende Brizon. “O fornecedor amplia seus volumes e melhora a saúde do seu negó- cio e a companhia aumenta sua eficiência ao adquirir peças e componentes mais competitivos.” O programa começou a funcionar no segundo trimestre e, apesar da pande- mia ter acelerado seus movimentos, era uma questão que estava na pauta prin- cipal dos executivos da área de compras. Brizon explicou que a elevada taxa de nacionalização das empresas da CNH Industrial, superior a 60%, abre muitas oportunidades, potencializadas pelo dólar acima de R$ 5. A primeira fase do programa reuniu os fornecedores para buscar as oportu- nidades dentro do universo CNH Indus- trial. Atualmente as equipes trabalham para definir os últimos pormenores, como aprovação dos produtos, adequação para o mercado externo e outros, como buro- cracias contratuais: “A expectativa é a de que as primeiras exportações ocorram já neste novembro”. Seis fornecedores integram este pri- meiro passo do programa, segundo o di- retor de compras. Serão atendidas fábricas do grupo nos Estados Unidos e na Europa. Outros casos de exportação de forne- cedores brasileiros para operações CNH Industrial em outros países ocorrem in- clusive fora deste programa específico. Um exemplo é o da Agropertences, de Cachoeira do Sul, RS: a empresa desen- volveu rotor com características técnicas específicas paramáquinas produzidas pela CNH Industrial aqui, com custo inferior. A solução agradou à operação da fabricante na Polônia que, hoje, abastece suas linhas com o componente produzido com eti- queta Made in Brazil.

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