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38 Novembro 2020 | AutoData MONTADORAS » MERCEDES-BENZ Cabine brasileira no caminhão alemão com Magalhães “a linha foi projetada em softwares de simulação e 3D e testada nesse ambiente virtual. Assim foi como se conseguíssemos trocar um pneu com o carro rodando”. As tecnologias geraram ainda relevan- tes ganhos ao meio ambiente: a troca de lâmpadas para as de LED em toda a linha, por exemplo, sozinha reduziu em 67% o consumo de energia elétrica não-produ- tiva. E a digitalização reduziu a quase zero o uso de papelada na linha – e erammais de 1 milhão de folhas de papel consumi- das por ano. Devido à pandemia da covid-19 a Mer- cedes-Benz optou, de forma correta, por mostrar à imprensa a nova linha em uma apresentação ao vivo pela internet. E pró- ximo ao seu término exibiu ummisterioso chassi coberto, disfarçado, que não teve seus pormenores revelados em nenhum momento anterior. Roberto Leoncini, vice- -presidente de vendas e marketing cami- nhões e ônibus, disse, só, tratar-se de um “chassi do futuro”. Mas complementou: “A linha de chassis 4.0 está preparada para produzir os chassis do futuro, com novas tecnologias. Eles chegarão mais cedo do que se imagina ao Brasil, e um deles é este que está aqui escondido. Embreve falaremos umpouco mais sobre isso”. O executivo confirmou, contudo, que o chassi ali oculto será produzido pela Mercedes-Benz no Brasil. Não confirmou, mas também não negou, a possibilidade de tratar-se de um modelo dotado de propulsão elétrica. A modernização da produção de cabines de caminhões para 4.0 na Mercedes-Benz brasileira surtiu um resultado efetivamente mensurável em termos de negócios. E um belíssimo negócio. Os caminhões Actros F, versão de entrada apresentada pela Mercedes-Benz Trucks à imprensa europeia recentemente, e que rodarão nas estradas da Europa, têm toque brasileiro: uma cabine, com área externa mais baixa e menor área frontal se comparada à cabine do Actros europeu, foi desenvolvida pela equipe de engenharia brasileira como uma solução para o extrapesado vendido por aqui. Agradou tanto que o projeto foi exportado e ela será produzida e vendida também lá e em outros mercados. É a primeira vez que um projeto brasileiro é exportado para a Europa dentro do Grupo Daimler. Stefan Buchner, então chefe mundial da Mercedes-Benz Trucks – ele se aposentou uma semana depois da apresentação, após mais de trinta anos de trabalho no Grupo Daimler –, disse que algumas peças e componentes serão importados do Brasil para a produção da cabine: “Não seria viável trazer o produto completo, mas alguns componentes são, sim, competitivos no Brasil”. Em operações brasileiras a nova cabine chegou a proporcionar 1% de redução no consumo de diesel, segundo o vice-presidente de vendas e marketing caminhões e ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Roberto Leoncini: “Isso significa economia de até R$ 500 mil por ano em uma frota de duzentos caminhões”. O Actros F chega ao mercado europeu a partir de janeiro de 2021.

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