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16 Dezembro 2020 | AutoData Até para a eletrificação? Sem dúvida nenhuma. Ela ficou muito mais próxima do brasileiro. Ainda é um volume baixo aqui, mas temos que nos preparar para isso em médio e longo prazos. A ponte aqui será longa, vai requerer investimentos. Na Europa a questão é a redução do CO2, e os vo- lumes de produção mais altos já estão reduzindo os preços. Uma hora isso virá para cá. Aqui nós temos o etanol, não podemos jogar fora isso, temos que combinar o elétrico ao etanol, fazer com que essa ponte, lá na frente, seja boa para o Brasil. Não podemos ficar fora disso. O senhor acabou de ser reeleito presi- dente da AEA. Dá para conciliar tudo? Dá sim: eu também integro o conselho do Sindipeças, de ummovimento de ino- vação da CNI, da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha... No caso da AEA eu já tinha contato com a associação desde o início da minha carreira no setor, tenho até hoje guardado umdiploma dos anos 90, por uma apresentação que fiz ali so - bre os veículos flex. A Bosch sempre apoiou a AEA, é uma das associadas. Também foi uma grata surpresa liderar a associação, que reúne algumas das melhores cabeças pensantes do País, de montadoras, fornecedores, universida- des. Discutimos conceitos e tendências tecnológicas, e também damos apoio ao governo nesse sentido. É muito gra- tificante. “Voltamos a ver o Rota 2030 com olhos de tecnologia, de eficiência, e esses temas virão de uma forma ou de outra. O consumidor brasileiro começou a ditar a regra da tecnologia.” virão, de uma forma ou de outra. O que me deixa otimista é que o consumidor brasileiro começou a ditar a regra da tecnologia. Antes bastava fazer comque ela coubesse no bolso do consumidor, e agora ele émais exigente, quer conforto, segurança, eficiência, está consciente do custo total de propriedade. Antes da pandemia pensávamos em centros ur- banos crescendo, a questão central era a mobilidade urbana, e agora as pessoas vão querer ir mais para o campo, bus- carão não só uma mobilidade last mile mas a long mile . Por isso o portfólio do nosso mercado está crescendo para SUVs, para veículos maiores, mais con - fortáveis. Os veículos estão se tornando o segundo sofá de casa. A pandemia tende a acelerar esse mo- vimento, então? O vírus trouxe uma mudança compor - tamental e uma necessidade de mo- bilidade diferente. O home office veio para ficar, sabíamos que era boa alter - nativa para competitividade mas veio a fórceps. Antes tínhamos um viés forte da economia compartilhada, Uber etc., jovens preferindo não ter carro, mas se ele começa a querer viver no campo, não mais em um apartamento pequeno, vai precisar de uma mobilidade diferen- te, de um veículo seu. Isso vai impactar positivamente a mobilidade. Temos que aguardar, mas essas mudanças estão acontecendo. O consumidor está mu- dando, exigindo novas tecnologias. FROM THE TOP » BESALIEL BOTELHO, BOSCH, LIDERANÇA EMPRESARIAL FORNECEDORES

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