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36 Março 2021 | AutoData CONJUNTURA » EMPREGO Por Marcos Rozen Como se uma pandemia já não bastasse Covid-19 pode ser responsabilizada por redução nos quadros, mas o que preocupa mesmo é o fechamento de fábricas Divulgação/SMABC D e fevereiro de 2020 a fevereiro de 2021 o setor automotivo brasileiro perdeu 2,6 mil empregos diretos. A redução, em termos porcentuais, foi de 2,4%. Pode-se dizer que em termos de en- xugamento de quadros o cenário nem foi tão ruim, dados os índices de retração bem maiores em produção, vendas, exporta- ções e no PIB do ano passado. Para isso as medidas de manutenção do emprego colocadas em prática tais como suspen- são do contrato de trabalho, redução de jornada e salários e outros assemelhados certamente foram fundamentais. Parte do resultado se deve ainda a ja- neiro e fevereiro de 2021, que recuperaram um pouco os cortes registrados mensal- mente, ainda que usualmente abaixo de 1%, ao longo de 2020. De dezembro para janeiro o aumento foi de 2% e de janeiro para fevereiro mais 1%. O perfil das vagas preenchidas, porém, é diferente, observa Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea: “Boa parte veio da área de pesados, que está aumentando o volume de produção. É uma notícia boa apesar da situação, que ainda requer cui- dados. Parte destes empregos são tem- porários, porque não temos visão clara de como ficará omercado daqui para a frente”. E é preciso observar que a redução nos quadros do setor automotivo não é exclusi - vidade da pandemia. O enxugamento vem pelo menos desde 2018, quando o total empregado pelas fabricantes de autove- ículos, também em fevereiro, era de 111,8 mil: no mês passado o número foi de 104,7 mil, ou seja, uma preocupante redução de mais de 7 mil postos de trabalho em apenas três anos. Há dez anos, 2011, eram 124,7 mil. Há vinte, 2001, bem menos: 84,8 mil. O me- lhor índice histórico é de 2013, época de recordes de produção e vendas, com 135,3 mil empregos diretos gerados nas montadoras. O que traz a maior preocupação, po- rém, para o total de empregos, não é a pandemia em si mas sim o fechamento de fábricas. Em 2019, quando a Ford fechou a unidade do Taboão, em São Bernardo do Campo, foram dispensados cerca de

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