375-2021-03

7 AutoData | Março 2021 ALERTA PARA CEGOS A fatal conjugação da pandemia com economia nacional em crise já deveria ter alertado os cegos de plantão, aqueles que dizem que efetuar a troca das rodas com o carro em movimento é algo perfeitamente razoável. Mas se uns não abrem os olhos os pneus continuam na sua marcha trôpega, e foi isto o que nos informaram os jornais da quinta-feira, 4 de março, citando dados do IBGE e do IPEA: a queda do PIB de 2020 chegou a 4,1%. Se considerado o aumento da população a queda do PIB per capita foi de 4,8% diante do resultado do ano anterior. O PIB industrial caiu 3,5%. Dizem mais os jornais: que o agravamento da pandemia coloca em xeque qualquer esperança de recuperação este ano. ALERTA PARA CEGOS 2 No mesmo dia os jornais destacaram que, como consequência da queda do PIB, a terceira pior desde 1901, o Brasil deixou de constar no rol das dez maiores economias do mundo de acordo com a Austin Rating, uma agência de classificação de riscos. Passou a ocupar o décimo-segundo lugar, com 1,6% de participação no PIB global. Estados Unidos e China são os primeirões, com 23% e 18,4%. O Brasil foi ultrapassado por Canadá, Coreia e Rússia. ALERTA PARA CEGOS 3 As dificuldades do setor industrial brasileiro, no qual está inserida a indústria de veículos, estão evidentes no índice retraído de 3,5% diante do resultado de 2019, já uma baixa base de comparação. E agora chega a prova dos 9, mais uma necessidade de superação diante da insistente presença da covid-19 e de todas as suas variantes. A observação interessante é que, ano após ano, as grandes empresas brasileiras da indústria da transformação ecoam seus ganhos de produtividade na forma de índices gordinhos e lustrosos que, aparentemente, não entram na corrente sanguínea do PIB. ALERTA PARA CEGOS 3 Na mesma quinta-feira, pela manhã, o governador de São Paulo divulgou dados levantados pela Fundação Seade referentes a 2020, e o mais importante deles foi a constatação de que a economia do Estado cresceu 0,4% com pandemia e tudo. Ele destacou o desempenho do setor de serviços e de tecnologia: representaria 77% de toda a economia paulista e teria crescido 1,8% no ano passado. Sobre a indústria simplesmente nenhum pio, aparentemente dada à irrelevância a que está dedicada. ESTRELA DO ANO Muito simpática a reunião convocada pela Toyota na terça- feira, 2 de março, para que seus dirigentes Masahiro Inoue, para a América Latina e Caribe, e Rafael Chang, para o Brasil, falassem a alguns jornalistas sobre as virtudes do seu SUV Corolla Cross que seria lançado em mais alguns dias. As conversas desse tipo promovidas pela empresa têm a característica de poderem, sim, fugir um pouco do eixo principal, de abrirem-se para outras fronteiras. Imaginei, naquele dia, que a questão dos benefícios fiscais para a Região Centro-oeste (veja AutoData 372, de novembro de 2020, em Lentes), dos quais a empresa é altamente crítica, surgisse em algum momento. Mas nem jornalistas nem Inoue e Chang se dispuseram a cavocar esse buraco. Ficou a afirmação, de Rafael Chang, que poderá ser cobrada em dezembro: o Corolla Cross será a estrela da Toyota este ano.

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=