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51 AutoData | Abril 2021 sabe serão necessárias diversas medidas até resolver a questão. Mas não podemos deixar de caminhar nessa direção, nemque seja insuficiente, pois é mandatório seguir esse rumo”. Com relação aos programas de expor- tação considerou que “não podemos ficar com a ideia de que temos que fazer tudo aqui. Temos que importar e exportar, temos que nos inserir à cadeia global”. Besaliel Botelho, presidente da Bosch, aproveitou sua palestra para revelar empri- meira mão que a empresa produzirá, aqui, injetores e bicos injetores paramotores die- sel Euro 6. Aprodução destes componentes será centralizada no País para abastecer os mercados interno e de exportação, como Estados Unidos, Europa e Índia. O investi - mento será de € 22 milhões e a fabricação começa já na metade deste ano. Ele contou que a ideia da Bosch é “con - centrar volumes para poder exportar, o que representa uma estratégia saudável para a indústria. Temos excedente de capacida - des e de competências, mas não temos economia de escala para justificar novos investimentos”. Para Botelho a nacionalização traz van - tagens como menor exposição cambial e menor dependência das cadeias de supri- mento global, além de evitar a excessiva elevação de preços dos veículos, a ponto de tornar inviável o crescimento da de- manda. Mas reforçou a necessidade de atrelar essa nacionalização a programas de exportação, pois acredita que “nacio - nalizar para atender só ao mercado local torna mais difícil a obtenção do retorno do investimento”. MIBI E UNICA Na palestra de Erwin Franieck, mentor de desenvolvimento e pesquisa da SAE Brasil, foi apresentado o projetoMiBi, Made in Brasil ilimitado, uma espécie de consórcio de empresas do setor automotivo que pre - tende promover projetos-piloto a partir de cinco principais commodities tecnológicos: metálicos, eletroeletrônicos, mecânicos, plásticos e transmissões automáticas. A ideia é buscar a nacionalização de com- ponentes que fortaleçam toda a cadeia e tornem o Brasil mais competitivo. Esses grupos, calcula, possuem oportunidades de nacionalizar US$ 18,5 bilhões do total de US$ 50 bilhões que foram importados em 2019. “Não adianta olharmos para o futuro se estamos nos enfraquecendo no presente. Acontece uma desindustrialização no País e, se nada for feito, muito em breve não haverá mais como recuperar o nível de produção nacional que já vimos cinco anos atrás. Precisamos entender o por quê de
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