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52 Maio 2021 | AutoData SÉRIE ESPECIAL » ASSOCIAÇÕES CAPÍTULO 4 a serem feitos por várias montadoras, que vêm divulgando seus planos para o Brasil nos próximos anos, não teremos novas evasões. Paulo Roberto Rossi – O sistema de consórcios, uma criação genuinamente brasileira, com uma história de quase 60 anos, já experimentou bons resultados e turbulências durante vários planos eco- nômicos ao longo das últimas décadas. Desde seu início, quando não havia li- nhas de crédito para financiar a inician - te indústria automobilística brasileira, o mecanismo supriu as necessidades do consumidor para as primeiras aqui- sições de veículos. Hoje, consolidado, conta com a potencial participação de um terço da comercialização anual de veículos leves. Ao acreditar que o País deva superar os obstáculos econômicos e sociais decorrentes das turbulências geradas pela Covid-19, entende-se que o Sistema de Consórcios, com suas ca- racterísticas e peculiaridades, já tenha garantido seu espaço para a concreti - zação dos sonhos de milhões de con- sumidores. A exemplo de momentos passados e até os atuais, com muitas montadoras levando em consideração os números do consórcio em seus pla- nejamentos de produção e vendas, o mecanismo continuará prestando sua importante contribuição para a recu- peração gradativa da economia. Para referendar, há atualmente quase oitomi- lhões de consorciados ativos em todos os segmentos, um recorde, dos quais pouco mais de 6,56 milhões em março são do setor de veículos automotores. Na segmentação deste total, observa - -se, que entre os consorciados não con- templados, ou seja, aqueles que ainda não receberam suas cartas de crédito para adquirir seus veículos, originárias de sorteio ou de lance, há 2,99 milhões em veículos automotores, em dado de fevereiro de 2021. A representatividade deste universo para a indústria automo- tiva torna-se mais expressiva quando se divide por setor. São 58,9% em veículos leves, como automóveis, utilitários e ca- mionetas, o equivalente a 1,76 milhão de cotas. No mercado das duas rodas, o percentual alcança 35,1%, com total de 1,05 milhão de consorciados. Também nos veículos pesados, setor importan- tíssimo para a economia nacional que reúne caminhões, ônibus, máquinas agrícolas, implementos rodoviários e agrícolas, há 6%, com 184,41 mil cotas ativas. Entende-se que tais volumes para a indústria e para as concessionárias são significativos e grandes aliados para o planejamento da produção e comer- cialização de ambas. Portanto, mesmo não acreditando em outras iniciativas semelhantes à da Ford, entendemos que o sistema de consórcios, com sua importância histórica, sempre estará pronto a colaborar para que o mercado se mantenha em ritmo de crescimento. Afinal, vale ressaltar que o mecanismo é umverdadeiro lubrificante para os vários elos da cadeia automotiva. 3) Ainda há um cenário incerto sobre as opções que serão adotadas no País com relação à necessária transição para a mobilidade limpa, sem emissões. Fa- bricantes da Europa e da Ásia sinalizam para uma intensa produção de veículos elétricos já a partir de 2030. Como o se - nhor vê a chegada da eletrificação au - tomotiva ao Brasil? Teremos condições de acompanhar o ritmo dos países de primeiro mundo? “ O setor da distribuição de veículos está apto a trabalhar com veículos de todas as tecnologias, sejam a combustão, gasolina, etanol, hidrogênio, gás, elétricos ou autônomos.” Alarico Assumpção Júnior

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