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37 AutoData | Maio 2021 ano consecutivo, indicam dados da enti- dade, mas emvalores houve crescimento relevante para a indústria a ponto de se comemorar. “Se analisarmos o ano como foi, com as empresas com problemas de caixa e logísticos, o resultado foi, sim, importante.” Entraram no caixa das montadoras por meio das exportações em 2020 US$ 7,3 bi- lhões, 24,6% a menos do que em 2019. No entanto, diz Moraes, é preciso olhar para a evolução mensal dos ganhos: emmarço, início da pandemia no País, os embarques ao Exterior injetaram US$ 709,9 milhões nas montadoras. Em abril, primeiro mês de paralisações de linhas e embarques, despencou para pouco mais de US$ 252 milhões. A partir dali os valores subiram de US$ 317 milhões, em maio, para US$ 841 milhões em dezembro. “Os mercados na região, onde os pro- dutos feitos aqui são cativos, foram reagin- do de forma gradual e, apesar dos volumes terem sido menores na comparação com outros anos, o câmbio foi fundamental para salvar as empresas emummomento difícil. Afora isso foi fundamental também para consolidar o processo de internacionali- zação das montadoras que já estava em rafastockbr/shutterstock curso e que ganhou força na pandemia.” A Volkswagen Caminhões e Ônibus é um exemplo de empresa com perfil ex - portador que seguiu caminhos comer- ciais além daqueles em que o veículo brasileiro já está consolidado. Ao longo da pandemia a empresa intensificou os trabalhos de busca por novos mercados no continente africano, no Oriente Médio e mais recentemente na Ásia, mercado visto como promissor para modelos leves como o seu caminhão Delivery. O planejamento influenciou os resul - tados da companhia no Exterior, como é possível ver nos números divulgados no quadrimestre: de janeiro a abril o volume exportado dobrou na comparação àque- le registrado em igual período em 2020, somando 2,5 mil unidades. Conta Leonardo Soloaga, diretor de vendas internacionais, que “o crescimento que se vê é resultado de duas coisas. Uma é o aumento da demanda por caminhões nomercado regional e a outra, semdúvida, é o câmbio, que tornou o nosso produto, que tem alto índice de nacionalização, mais competitivo no mercado externo”. Se no universo cambial tudo é relativo o outro lado da moeda forte representa uma série de desafios aos importadores de veículos. As empresas associadas à Abeifa registraram queda de 20,7% nas vendas de veículos estrangeiros no País, um resultado que, segundo o presidente João Oliveira, sofreu influência direta do dólar valorizado: “A escalada do câmbio representou entrave aos negócios no ano passado e, também, mostra que são urgentes medidas para desafogar nos- so setor, como a redução da alíquota do imposto de importação que incide sobre os veículos”. As montadoras instaladas no País, ainda que tenham à mão a possibilidade de equilibrar as contas por meio do dó- lar valorizado, também compartilham da preocupação dos importadores, uma vez que trazem de fora peças para os veículos produzidos aqui. Esse cenário, inclusive, constitui importante debate – e, por que não, transformação – no setor automotivo
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