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43 AutoData | Maio 2021 Cadeia automotiva nacional avança em passos lentos rumo à transformação digital da produção, mas boas iniciativas já são encontradas nos degraus mais abaixo enorme desconhecimento e, mais grave, desinformação com relação àquela que ficou conhecida como a quarta revolução industrial, termo usado pela primeira vez em Hannover, Alemanha, há dez anos. Ao contrário do que muitos pensam – e por vezes divulgam – apenas instalar robôs que se comunicam em uma linha de montagem não significa estar partin - do rumo à quarta revolução industrial. O conceito é mais amplo: a fábrica precisa estar toda conectada, gerando e fazendo intercâmbio e análise de dados, gerida por inteligência artificial. O passo seguinte é conectar esse sistema às linhas de seus próprios fornecedores e ainda dos clientes, gerando um ambiente que praticamente tenha vida própria e consiga caminhar com suas próprias pernas. “Uma iniciativa feita de forma isolada não traz muitos benefícios e, às vezes, até prejudica”, diz Alexandre Sakai, dirigente das áreas automotiva e de eletromobilida- de da Siemens. “A jornada para a Indústria 4.0 é inevitável, mas é preciso um plano bem desenhado e adequado às necessi- dades da empresa.” Os ganhos serão apurados com a qua- lidade e a conformidade da produção, comprodutividade e customização, dentre outros fatores. Nesse ponto a Indústria 4.0 de certa forma retorna aos primórdios da industrialização, com possibilidades de personalizaçãomais ampla mas dentro do conceito de produção seriada difundido por Henry Ford. Para alcançar bons resultados de In- dústria 4.0 em uma fábrica é preciso que investimentos em automação tenham sido feitos anteriormente, algo que surgiu na terceira revolução industrial, de acordo comCamilo Adas, presidente da SAE Bra - sil: “Muitas empresas não conseguiram ainda nem a excelência operacional que define a Indústria 3.0”. Assim, segundo ele, fica mais com - plicado obter avanços significativos em boa parte da cadeia automotiva nacio- nal. Há outro fator: muitas empresas são pequenas, em alguns casos familiares, e acreditam não ter fôlego para investir ou estão mais preocupados em fechar as contas no fim do mês, questão agravada com a pandemia. Mas existe uma grande rede de supor- te, apoio e consultoria, alimentada princi- palmente por recursos do Rota 2030, que ajudam a solucionar este aparente entrave. PARA TODA A CADEIA Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, considera inevitável todos os elos da ca- deia avançarem na questão: “Não é opção. Indústria 4.0 é mandatória. Permanecerão na estrada aqueles que seguirem essa direção e os demais ficarão pelo caminho”. Divulgação/Unsplash

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