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45 AutoData | Maio 2021 Diversos programas gerados a partir de fundos do Rota 2030 estão disponíveis para empresas do setor, de todo o porte. Alguns até a fundo perdido: ou seja, basta pegar o valor e investir. Entidades e consul- torias se esforçampara ajudar a difundir as iniciativas, mas ainda há desconhecimento e desinformação, que causam receio nos empresários. JORNADA CONJUNTA O Sindipeças promove reuniões pe - riódicas por meio do programa Inova Sindipeças, que incentiva a inovação es - pecialmente em pequenas e médias em- presas, e de outras iniciativas e parcerias. MauricioMuramoto, diretor de inovação da entidade, afirma que o primeiro objetivo é desmistificar a Indústria 4.0, que ainda carrega uma aura de tecnologia limitada a grandes companhias. Ele alega que esta é acessível a todos e o Sindipeças ajuda a direcionar as necessidades e a apontar caminhos para conseguir, dentre outras coisas, colaboração para investir e dar os primeiros passos. “Adiferença de uma pequena empresa para uma grande companhia está na agi- lidade da decisão que, na pequena, está na mão do dono.” Ele, assim como Adas, da SAE Brasil, acredita que o Brasil ainda tem passos a dar no conceito de automação da Indús- tria 3.0. Um estudo da CNI, Confedera- ção Nacional da Indústria, mostrou que as máquinas do parque industrial nacional têm, emmédia, 17 anos, sem inteligência embarcada. Por isso é inevitável que os passos sejam lentos. “A indústria automotiva nacional ainda precisa avançar”, diz Muramoto. “Os em - presários são conhecidos por sua criativi- dade, o modo de conseguir enfrentar as dificuldades. É questão de tempo.” Adas alerta que a pandemia tirou um pouco do foco demuitos empresários que já começavam a demonstrar interesse na Indústria 4.0, uma vez que o caixa passou a ser a principal preocupação. Mas avalia que há como recuperar o tempo perdido. “Claro que em países desenvolvidos, como Alemanha e Estados Unidos, a in- dústria está um pouco à frente. Aqui ainda temos montadoras e sistemistas em pro- cesso de adoção, alguns mais avançados do que outros, mas que acabarão por pu- xar os fornecedores menores.” Para Sakai, da Siemens, o porcentual de investimento da cadeia de autopeças em digitalização está crescendo e ganhando espaço sobre outros temas, como capaci- dade: “As empresas precisam ter umplano, ummapa para a Indústria 4.0. E para os tier 2 e 3 o incentivo deve vir de cima. Acredito que, se começar agora, a indústria pode colocar o Brasil no papel de protagonista”. Para Silva, da Selco, o momento é de clientes e fornecedores unirem esforços para o que chama de “jornada à Indústria 4.0”. Ele alerta: “É hora de trabalharmos de forma integrada. Não podemos pensar, isoladamente, como empresa, que es- tamos concorrendo com um fornecedor chinês. É a própria indústria brasileira que está concorrendo com cadeias de outros países”.
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