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47 AutoData | Maio 2021 pras da Caoa Montadora, disse que busca localizar o máximo possível de peças e componentes dos veículos Hyundai e Caoa Chery produzidos em Anápolis, GO, e em Jacareí, SP, contanto que seja financeira - mente viável. “Quanto maior a peça maior a necessi- dade. Peças grandes ocupammais espaço nos navios e pesam mais. Mas a equação precisa fazer sentido: no caso dos estampa- dos, por exemplo, é difícil conseguir chegar a esse valor de produção local, porque a escala é baixa.” Witt disse que a Caoa está de portas abertas para fornecedores com soluções para nacionalizar peças e componentes de seus veículos. Em fevereiro a empresa promoveu umworkshop com47 empresas, no qual apresentou e ouviu oportunidades. Nos últimos cinco anos a Caoa dobrou o número de fornecedores de suas duas marcas, alcançando 118 empresas, e dos part numbers, que já são 762. Mais tarde Matthias Kaeding, diretor de compras daMercedes-Benz, abordou o fu- turo da cadeia de fornecimento. Para ele as oportunidades locais deverão ser maiores no futuro: “AMercedes-Benz separou suas operações de caminhões e automóveis para ser mais flexível e aumentar o foco emcadamercado. Essemovimento deverá expandir as cadeias locais de fornecimento”. Kaeding disse que no futuro será neces- sário focar mais nas demandas regionais dos clientes e com isso a parceria com os fornecedores terá que crescer, pois a intenção é não desenvolver nada sozinho mas, sim, envolver seus parceiros do co- meço ao fim do projeto. Longos contratos de fornecimento também deverão ficar para trás, com parcerias mais específicas: “Imagino que precisaremos de uma cadeia de fornecimento exclusiva para cada pro- jeto de mobilidade”. Fechando o primeiro dia painel com GiulianoAmpudia, diretor de compras, qua- lidade e desenvolvimento de fornecedores da Bosch, Fernando de Rizzo, presidente da Tupy, e Raul Germany, presidente da Dana, teve como tema a Inserção Global das Autopeças Brasileiras. Ampudia disse que “conviveremos pormuito tempo, ainda, com os motores a combustão. Há aplica- ções potenciais emmercados na Ásia, por exemplo” que podem ser aproveitadas por empresas locais para alavancar as expor- tações. De Rizzo também citou oportunidades nomercado externo ligadas ao powertrain: “Nos consolidamos nos últimos anos como polo produtor de motores do tipo Euro 5, que devem perdurar em determinados mercados globais. Isso certamente bene- ficiará a indústria nacional, desde que seja competitiva”. Germany citou o exemplo da companhia, que exporta a maior parte de sua produção de componentes para veí- culos comerciais para os Estados Unidos: “Poderia ser aindamelhor não fosse o custo Brasil e a falta de agilidade nos processos”. DIA 2 Outro painel abriu o segundo dia do evento, com Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil, e José Ricardo Roriz, presidente da Abiplast, para falar sobre insumos. Segundo eles a ten- dência de pressão sobre os custos dos produtores de aço e de plástico, que pro- vocou reajustes nos preços dos produtos, seguirá nos próximos meses. Mello Lopes lembrou que “o minério de ferro está cotado a US$ 230 a tonela- da. Isso nunca aconteceu. É difícil prever novos reajustes, mas a demanda está em alta”. E Roriz relatou ociosidade na indústria plástica, provocada pela baixa demanda que, na sua visão, é reflexo do alto custo damatéria-prima: “Não é possível repassar aumento de preço de mais de 100%. Não há risco de desabastecimento e a questão, agora, é mais a demanda que deverá cair nos próximos meses porque a renda do brasileiro não cresceu para acompanhar este aumento no preço”. Aseguir Sérgio Soares, líder de inovação global da CNH Industrial, trouxe o diálo- go para o setor de máquinas agrícolas, no qual, segundo ele, um ponto chave para o avanço de novas tecnologias será a am- pliação da parceria e da colaboração dos fornecedores no desenvolvimento: “Não

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