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67 AutoData | Junho 2021 próximos meses. Mas estar preparados é o que nos diferencia. Fazemos isso em conjunto com nossos fornecedores e concessionários e assim temosmais pos- sibilidade de sucesso. Outras variáveis, como a falta de insumos e componen- tes, que têm afetado algumas montado- ras – felizmente a Toyota ainda não foi afetada –, também pode contribuir para uma queda nessa projeção. Ainda assim sigo otimista porque existe no horizonte a expectativa que a pandemia passará com o avanço da vacinação e é isso que todos nós desejamos para a população brasileira. Além disso o Corolla Cross, que acabamos de lançar, está desem- penhando muito bem, dentro do Brasil e nos países para os quais exportamos. Os investimentos e a maior oferta de SUVs podem estrangular o mercado de entrada de carros pequenos? Qual o ca- minho para dar acesso aos consumidores demenor poder aquisitivo àmobilidade individual: carro próprio ou por meio de serviços? Airton Cousseau – O segmento de SUVs, assim como o de picapes, está em crescimento no Brasil e a tendência é continuar em evolução nos próximos anos. No caso dos SUVs é uma tendência mundial e, em relação às picapes, está ligada a fatores como o forte desem- penho do agronegócio e a versatilidade que estes produtos estão oferecendo. Nossa picape Frontier, por exemplo, é muito robusta para o trabalho, mas tem conforto e tecnologias dignos de carros de passeio, e é, então, um produto cada vez mais versátil. O segmento dito de en- trada, ou dos modelos hatch compactos em geral, vem perdendo participação de mercado, mas ainda é muito signifi - cativo no Brasil. A questão é que é um segmento que exige muito volume para ser rentável, e cada montadora precisa olhar sua estratégia e seus objetivos para decidir o que considera sustentável. Nos segmentos nos quais decidimos atuar temos representantes competitivos. A questão do acesso ao carro passa por muitas variáveis, mas acredito que ha- verá diferentes opções para atender não apenas ao poder aquisitivo mas às necessidades de uso e até o estilo de vida dos consumidores. Então isso pas- sa pela propriedade do automóvel ou mesmo por outras opções de serviços de mobilidade. Mauro Correia – Minha visão é a de que todas as montadoras estão se movendo para carros com um conteúdo maior. Infelizmente o carro de entrada não é um produto que traga margemde lucro que compense todo o investimento necessá- rio, inclusive na atualização de produtos para atendimento de novas legislações de emissões, segurança etc. Isso traz um custo a estes produtos que faz com que fiquem com um valor alto, caros, e, com isso, muitas vezes o consumidor prefere comprar um carro com maior conteúdo, com maior espaço interno etc. Para solucionar isso vejo dois cami- nhos: trabalharmos como empresa em um processo que traga o menor custo “ A situação do setor nos próximos três meses ainda deve ser muito instável em função da falta de clareza em relação à evolução da pandemia e pela instabilidade de fornecimento de algumas peças.” Airton Cousseau

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