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10 FROM THE TOP » FRANCISCO GOMES NETO, EMBRAER Julho 2021 | AutoData A Embraer, acrônimo de Em- presa Brasileira de Aero- náutica, tem hoje em sua diretoria três profissionais com origem no setor automotivo: Antônio Carlos Garcia, seu vice- -presidente executivo e CFO, fez carreira na ZF e na Thyssenkrupp, Jackson Schneider, presidente e CEO da área de defesa e segu- rança, foi presidente da Anfavea e diretor da Mercedes-Benz, e Francisco Gomes Neto, seu CEO desde 2019, depois de ocupar o mesmo cargo na Marcopolo e nas subsidiárias brasileiras de Mann Hummel e Knorr Bremse. É ele o entrevistado desta edição. Na entrevista, concedida por vídeo conferência a partir dos Es- tados Unidos, ele contou de que forma essa vivência profissional no setor automotivo o ajuda hoje na liderança da empresa, falou sobre as consequências da pandemia e da quebra do acordo coma Boeing para a empresa e abordou, prin- cipalmente, o desenvolvimento do eVTOL, uma espécie de carro voador programado para entrar em operação em 2026. Seria essa a entrada de uma nova companhia no setor auto- motivo nacional, apoiada na forte experiência de seus executivos no segmento? Confira a seguir. Entrevista a Leandro Alves, Márcio Stéfani e Marcos Rozen A força automotiva da Embraer Pode-se dizer que com um projeto de uma espécie de carro voador a Embraer, uma empresa aeronáutica, entra no setor automotivo? O que estamos desenvolvendo é um eVTOL, veículo elétrico de decolagem e pouso vertical. É o projeto mais im- portante da EmbraerX, empresa criada em 2017 para lidar com inovações dis- ruptivas. Essa empresa tem um posto avançado no Vale do Silício e outro em Boston, nos Estados Unidos, para onde vários engenheiros aqui do Bra- sil foram mandados. O projeto nasceu em parceria com a Uber, que queria desenvolver uma forma de transporte aéreo nas grandes metrópoles com custo acessível. Na minha visão trata- -se de um veículo que concorre mais com os helicópteros do que com os carros propriamente ditos. O que seria exatamente umcusto aces- sível? Cerca de 70% a 80%mais barato do que o da mesma viagem em um helicóptero e algo como 50%mais caro do que uma viagem de carro de Uber, na categoria mais elevada. O eVTOL pode levar qua- tro passageiros, então o custo pode ser diluído por eles. A ideia principal é ofere- cer uma alternativa para deslocamentos muito rápidos em grandes metrópoles, como uma ida ao aeroporto de Guaru- lhos, ou para Alphaville, em São Paulo, por exemplo, em 10 a 15 minutos, com valor razoável. E como é o modelo de negócio? É tão inovador quanto o produto? Estamos trabalhando comvárias alterna- tivas. Temos cartas de intenção para 250 veículos com operadoras de helicóp-

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