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14 FROM THE TOP » FRANCISCO GOMES NETO, EMBRAER Julho 2021 | AutoData Alémdisso há o próprio desenvolvimen- to do veículo, que é diferente dos aviões, pois ele pousa e decola verticalmente, usando para isso oito rotores elétricos, e depois faz a transição para o voo em cruzeiro, com dois propulsores também elétricos. Já fizemos um voo com um protótipo de escala um para três e pre- paramos outro em escala um para um que deve ser testado em poucos me- ses. O desenvolvimento está sendo feito totalmente por engenheiros brasileiros. Qual seria a autonomia? Aprincípio 100 quilômetros, enquanto as viagens desse tipo de transporte são, em média, de algo próximo a 30 quilômetros. O veículo será autônomo ou precisará de um piloto? Em uma segunda etapa será autônomo, mas emprimeira fase necessitará de um piloto, ou operador. Nesse desenvolvimento da tecnologia autônoma há algum parceiro do setor automotivo ou, por outro lado, esse sis- tema quando pronto poderia servendido a alguma montadora? “ O setor automotivo é muito bem estruturado. Aprendi muito, pois trabalhei tanto em fornecedores quanto em montadora.” Estamos abertos a todo tipo de parceria para nos ajudar nesse desenvolvimento, seja com tecnologia ou investimentos. Estamos falando de colocar esseveículo em operação quando? Nosso cronograma é para 2026, com piloto/operador, e emmais cinco a dez anos de forma autônoma. E em que volume? Se os aviões são dezenas ou centenas, seriam milhares. As margens de um eVTOL seriam mais próximas de umavião, de umhelicóptero ou de um automóvel? As margens nos aviões não são mara- vilhosas, porque os volumes não são grandes como na indústria automotiva e os investimentos necessários para o desenvolvimento são gigantescos. Para o eVTOL não será diferente, e haverá concorrência, há várias empresas de- senvolvendo esse tipo de veículo. O que esperamos é que traga um retorno de investimento favorável para a companhia e que a ajude bastante no futuro, no seu crescimento. É uma grande oportunida- de, estamos bastante animados. Olhando para o negócio comuma visão mais ampla e de futuro, pode acontecer de um dia um veículo como o eVTOL ganhar quatro rodas? É difícil prever, ainda mais com as mu- danças atuais que estão acontecendo em uma velocidade muito rápida. Mas acredito que são segmentos comple- mentares, não vejo a Embraer e outras empresas do segmento aeronáutico fa- zendo veículos de quatro rodas. Creio mais em uma complementariedade, como a dos sistemas autônomos, por exemplo. Alémdo eVTOLexiste algumdesenvolvi- mento da Embraer para aviões elétricos? Sim, temos em andamento um projeto bem avançado para produção do Ipane- ma [avião de pequeno porte para o seg- “ Não vejo a Embraer e outras empresas do segmento aeronáutico fazendo veículos de quatro rodas. Acredito mais em uma complementariedade.”

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