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16 FROM THE TOP » FRANCISCO GOMES NETO, EMBRAER Julho 2021 | AutoData mento agrícola, com uso especialmente em serviço de pulverização] elétrico, em parceria comaWEG. O desenvolvimento e o motor são nacionais. O primeiro voo deve ser realizado nos próximos meses. E aviões a etanol? O próprio Ipanema já é a etanol há mui- tos anos. Em termos de aviação comer- cial é mais difícil, porque o etanol não seria suficiente para operar as turbinas. O que tem sido feito é a substituição do querosene de aviação por um combustí- vel alternativo, o SAF, umprimeiro passo para a redução das emissões. Há vários desenvolvimentos nesse sentido e na Embraer a aposta é no modelo híbrido, combinando motores a combustão e elétricos em uma mesma aeronave. O senhor fez carreira no setor automoti- vo. O que aproveita de sua experiência na Embraer e o que da Embraer traria para o setor automotivo? O setor automotivo émuito bemestrutu- rado. Aprendi muito, pois trabalhei tanto em fornecedores quanto emmontadora, de ônibus, no caso. Os processos de produção, de qualidade, de controle, desenvolvimento de produto, negocia- ção com fornecedores... tudo isso trou- xe comigo para a Embraer. Isso ajudou a complementar vários processos e a aproximar os fornecedores, a criar uma parceria forte com eles e gerar negó- cios futuros com base nessa relação. Na parte de gestão, de operações, tam- bém foi importante, buscar sempre a melhor qualidade, a melhor eficiência, o menor custo. Claro que já havia muito disso, mas foi uma complementação importante. Além disso na minha ex- periência no setor automotivo sempre gostei muito de visitar as fábricas, onde são feitos os produtos, e isso foi bem recebido pelo pessoal aqui também, poder conversar com as pessoas, valori- zar o que elas fazem. Do outro lado vejo a capacidade da engenharia nacional. A tecnologia para se fazer um avião é impressionante. E no Brasil. Para isso a Embraer tem um programa próprio de desenvolvimento de engenheiros, um MBA dentro da companhia, em aero- náutica, comduração de um ano emeio. E isso não é novo, é feito há vinte anos. Os produtos são muito sofisticados e seguros, e são desenvolvidos 100% aqui no Brasil, por engenheiros brasileiros. Há um foco enorme em inovação, com estrutura própria para isso. A Embraer anunciou recentemente um acordo com a Porsche para venda de um combo de produtos combinados, um jatinho e um carro esportivo com a mesma pintura e pormenores de aca- bamento. De quem foi a ideia? Temos uma fábrica de aviões executi- vos na Flórida, nos Estados Unidos, e a ideia partiu da equipe de design de lá. A parceria se chama Duet e com- bina um Phenom 300E e um Porsche 911 Turbo S vendidos conjuntamente, com a mesma pintura e acabamentos internos, especialmente nos bancos. No kit há ainda um relógio da Porsche inspirado na instrumentação do avião e um jogo demalas. Serão produzidos dez conjuntos e o primeiro já foi vendido e entregue. Foi uma iniciativa interessante por conectar dois produtos e marcas de alta qualidade. Tivemos uma excelente repercussão. De que forma a Embraer foi afetada pela pandemia? O ano passado foi muito complicado para nós, pois a aviação executiva, de voos comerciais, foi praticamente pa- ralisada e em cima disso tivemos um “ A capacidade da engenharia nacional é impressionante. A tecnologia para fabricar um avião é avançadíssima. E fazemos isso aqui, no Brasil.”
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