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10 FROM THE TOP » MONICA PANIK, SAE Agosto 2021 | AutoData M onica Saraiva Panik é di- retora de relações inter- nacionais da Associação Brasileira de Hidrogênio e Mentora da Mobilidade a Hidro- gênio da SAE Brasil. Recentemente foi nomeada pela TUMI, a Transformative Urban Mobility Initiative, órgão da agên- cia de cooperação internacional do governo alemão e do Ministé- rio de Cooperação e Desenvolvi- mento Econômico da Alemanha, como uma das Mulheres Notáveis do Transporte 2021. Ela ainda é curadora da Bios- phere World Expo, Summit e Di- gital, a BW, e especialista em tec- nologias de hidrogênio de células a combustível. Nesta entrevista, concedida por vídeo conferência a partir da Ale- manha, ela falou sobre os desafios do desenvolvimento da tecnolo- gia de célula de combustível para veículos, o papel do etanol neste processo e mais. Acompanhe. Entrevista a Leandro Alves e Marcos Rozen RESPIRANDO HIDROGÊNIO Existem oportunidades para desenvol- vimento de célula de combustível no Brasil? Sim, o Brasil tem tudo para conseguir. O próprio lançamento do caminhão elétrico da Volkswagen, o E-Delivery, por exemplo, vai nessa direção. Seria só uma adaptação da plataforma para uma versão a hidrogênio, porque o powertrain elétrico já está lá, só muda a fonte da eletricidade. Há ainda uma demanda do Uruguai, que quer dois veículos a hidrogênio em 2023, e se essa demanda não for atendida pelo Brasil o será pelos chineses. Mas já houve iniciativas anteriores nessa direção. Por que não prosperaram? Sim, em 1998 o PNUD, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimen- to, por meio do GEF, Global Environ- ment Facility, lançou um programa de demonstração de ônibus movidos a célula de combustível em países em desenvolvimento. Foram escolhidos, além do Brasil, China, Egito, Índia e Mé- xico. Os que realmente saíram do papel foram na China e no Brasil, onde a tec- nologia foi inclusive nacionalizada, com quatro ônibus construídos localmente, e uma estação de produção e abaste- cimento de hidrogênio na garagem da operadora em São Bernardo do Campo. Durou dez anos, de 2006 a 2016, com operação dos veículos no Corredor ABD, transportando 2 mil passageiros por dia. O programa encerrou-se por ter um prazo fixo determinado, mas na
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