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10 FROM THE TOP » ALEXANDER WEHR, GRUPO BMW Setembro 2021 | AutoData A lexander Wehr pode ser considerado um sujeito de sorte: ele entrou na matriz da BMWem 1997 e recebeu logo de cara a missão de cuidar do lançamento do Z8, um roadster de estilo retrô que homenageava mo- delos clássicos da marca no seg- mento. O Z8 ficou mundialmente famoso pela participação no filme 007 O Mundo Não é o Bastante. De lá para cá foram 24 anos na companhia, incluindo uma passa- gem pelo Panamá como diretor dos mercados de importação da América Latina. Em 2016 Wehr foi nomeado presidente e CEO do Grupo BMW para América Latina, baseado na Cidade do México. Assim, atualmente ele é o res- ponsável pelas subsidiárias do Brasil, Argentina e México e mais os 24 mercados de importação na região, como Chile, Colômbia e Peru. Foi exatamente da Cidade do México que ele concedeu, por ví- deo conferência, esta entrevista exclusiva, na qual falou sobre a fábrica brasileira, sua visão para o mercado nacional, elétricos, híbri- dos e muito mais. Confira. Entrevista a André Barros e Marcos Rozen Do Z8 aos elétricos Audi, Jaguar Land Rover e Mercedes- -Benz nunca conseguiramalcançarvolu- mes representativos emsuas operações locais estimuladas pelo Inovar-Auto, ao contrário da BMW, que já produziumais de 70 mil unidades na fábrica de Ara- quari, SC. Qual é o segredo? Não posso falar pelos outros, mas a BMW sempre cultivou uma visão estratégica de longo prazo. AAmérica Latina é mui- to importante para o grupo e o Brasil se destaca por seu potencial de mercado e seu papel de liderança na região, que acreditamos será fortificado no futuro. O Grupo BWM e seus parceiros de distri- buição já investirammais de € 1,5 bilhão naAmérica Latina nos últimos sete anos. A produção em Araquari começou em 2014 e já produzimos mais de 75 mil ve- ículos ali, o maior volume fabricado por uma marca de luxo na América do Sul, o que muito nos orgulha. Diria que nosso segredo é o comprometimento com a região e com o País, e acreditarmos no seu potencial. Nossas fábricas, sejam aonde for, seguem o mercado. Não há trajetórias erráticas nem dependência exclusiva de incentivos governamentais. As outras alegam que é mais barato importar do que produzir aqui, que o business case não faz sentido. Como a BMW fez para mudar essa equação? A situação depende de como cada um vê o potencial de mercado, pois as fábricas no momento só atendem ao mercado local. Naturalmente que tentamos buscar oportunidades para exportações, já chegamos a exportar de Araquari para os Estados Unidos, e vemos como mercados potenciais para a unidade brasileira a Argentina, Colôm- bia e Uruguai. Novamente não posso falar pelos demais, mas posso dizer que para a BMWa operação funciona bem, inclusive do ponto de vista financeiro. É uma unidade lucrativa. Não trabalha- mos somente observando o ponto de vista financeiro do business case: para nós o centro de qualquer decisão é o cliente, e esta é uma oportunidade de entregarmos o que ele deseja. Por exem- plo: fomos os primeiros do segmento a oferecer veículos flex fuel, que podem rodar com etanol. Resumindo, creio que é uma combinação de visão de longo prazo e de comprometimento somado

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