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16 FROM THE TOP » ALEXANDER WEHR, GRUPO BMW Setembro 2021 | AutoData no Brasil comparado como ano passado, ainda que 2020 tenha sido um dos anos mais difíceis desde a Segunda Guerra Mundial. Geralmente os desafios em mercados emergentes são maiores do que nos mais maduros, e considerando o mercado como um todo o Brasil ainda está abaixo de 2019. É difícil prever, mas acreditamos na continuidade do cresci- mento, há demanda para isso, vemos o Brasil como omaiormercado daAmérica Latina. Uma das questões principais é quando as vendas totais retornarão ao patamar pós-pandemia. No Brasil, assim como em outros países da América do Sul, pode ser que isso não ocorra no ano que vem, mas somente em 2023. Minha aposta pessoal é que o Brasil conseguirá já no ano que vem, mas teremos que observar a dinâmica dos fatos. Em seu entendimento qual seria o po- tencial total do mercado brasileiro? Acredito que possa chegar de 4 a 5 mi- lhões, em médio prazo. Já foi maior do que 3 milhões. Somando toda a Améri- ca Latina acredito que o mercado total neste ano chegará próximo a 4 milhões, sendo 110 mil do segmento do luxo. Como o sr. vê o futuro da indústria auto- motiva naAmérica Latina em termos de produção? Há futuro para a região sem que novos recursos sejamaplicados para produção de novas tecnologias aqui? Entendo que sim. Vamos analisar alguns fatores: a média de idade da popula- ção na América Latina é de 28 anos, enquanto na Europa é de 45 anos. Aqui Pode ocorrer algo neste sentido es- pecificamente para o mercado interno brasileiro, mas não vejo esse tipo de tec- nologia sendo aplicada em larga escala global. Em sua opinião a crise dos semicondu- tores acabará quando? Talvez só no fimdo ano que vem, ou seja, poderá ser mais longa do que imaginá- vamos inicialmente. A questão é estru- tural e substanciosa. Ocorreu algo que ninguém poderia imaginar, pois dada a pandemia e a mudança dos hábitos das pessoas a demanda por semicon- dutores aumentou muito em todos os setores industriais, e qualquer aparelho eletrônico usa esses componentes. To- dos estão procurando por novos forne- cedores mas, na indústria automotiva, só para homologar um novo parceiro nesta área demora-se quase um ano, ou até mais. A solução, portanto, não virá em algumas semanas. Na BWM fomos afetados, como todo mundo, mas con- seguimos lidar melhor do que outros pois trabalhamos com estimativas muito otimistas para o retorno das atividades, para o mercado pós-pandemia, então estávamos melhor preparados em ter- mos de fornecimento, inclusive no que diz respeito a contar com vários forne- cedores para diversos componentes em vez de apenas um ou dois. O mercado de luxo brasileiro pode ser considerado umexemplo desse retorno mais forte do que alguns esperavam? Sim, há crescimento domercado de luxo “ Não acredito que o Brasil será esquecido ou deixado para trás. Ao contrário: entendo que nos próximos 12 a 36 meses será o país que terá o maior impulso em termos de tecnologia e eletrificação.”

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