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37 AutoData | Setembro 2021 trou preocupação com os atuais baixos volumes de estoque no Brasil: “Se hou- vesse oferta de produtos já estaríamos em um novo patamar, mas isso depen- derá da produção, que é incerta. E não são só os semicondutores: se faltar um parafuso você nãomonta o carro. Umnovo prognóstico só virá diante de um abaste- cimento regular”. Para Andreta o ideal seriam trinta dias de estoque ante os onze atuais. Ele pon- dera que o problema não está somente no volumemas também na diversidade: “Não adianta ter trinta dias com ummodelo só. Precisamos de ampla gama de produtos”. O segmento de motos foi represen- tado por Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. Segundo ele as fabricantes querem avançar nomercado latino-ameri- cano e aumentar as exportações a partir do Brasil, que em 2012 e 2013 ultrapassaram as 100 mil unidades. Em 2021 o volume exportado para pa- íses latino-americanos representará 61% do total de motos embarcadas, calculou. Esse índice, porém, era 67,7% em 2019, o que ilustra o espaço que as fabricantes brasileiras possuem para avançar. A Ar- gentina é o principal mercado consumidor das motocicletas nacionais, seguida pela Colômbia e pelos Estados Unidos. Para avançar na região, que tempoten- cial para atingir 3 milhões de unidades por ano, incluindo o Brasil, Fermanian propôs a aceleração de acordos comerciais com Chile, Colômbia e Peru e melhorias na logística de exportação de Manaus, AM, até o Oceano Pacífico, mesmo que por via terrestre: “Isso reduziria os nossos custos e aumentaria a agilidade do setor para atender demandas externas”. MERCADOS DESCONECTADOS De volta aos autoveículos Antônio Me- gale, diretor de assuntos governamentais da região SAM da Volkswagen, concor- dou com o volume potencial de 6 milhões de veículos por ano na América Latina mas classificou como desconectados os mercados da região – ainda que possu- am diversas similaridades requerem har- monização na regulamentação e melhor convergência dos acordos comerciais bilaterais. Um exemplo é o Equador: para entrar neste mercado, cujas vendas, em 2021, deverão superar as 100 mil unidades, um veículo produzido no Mercosul paga alí- quota de importação de 28%. Os produzi- dos na União Europeia pagam 15% e, em três anos, terão o imposto zerado graças a um acordo de comércio: “Precisamos avançar nos acordos complementares para liberar os impostos do setor auto- motivo do Brasil e Argentina no Equador”. A Colômbia, país com o qual Brasil e
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