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55 AutoData | Setembro 2021 sumiu R$ 100 milhões, parte do ciclo de R$ 2,4 bilhões de 2018 a 2022. Segundo Karl Deppen, presidente da Mercedes-Benz, a negociação do primeiro lote envolve de cinquenta a cem unida - des para operadores paulistanos. O plano é chegar em segunda etapa a Curitiba, PR, Vitória, ES, e Salvador, BA, diz Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz. Barbosa lembra que a atual legislação municipal de São Paulo aponta redução de 50% nas emissões de dióxido de car - bono até 2027 e de 100% em 2037: “Isso significa a renovação de praticamente 7 mil ônibus até 2027 e de 14 mil até 2037. É um mercado muito promissor”. OMercedes-Benz eO500U oferece au- tonomia de até 250 quilômetros utilizando quatro pacotes de bateria, que pode ser ampliada para 300 quilômetros com seis pacotes. Com piso baixo tem 13,2 m de comprimento, 29 assentos e capacidade para até 83 passageiros. O preço final do chassi não foi revelado, mas deve ficar por volta de três vezes mais do que o equivalente a diesel: “Há, porém, redução significativa de custo demanuten - ção. Calculamos retorno do investimento na operação em dez a quinze anos”. Nos cálculos de Roberto Leoncini, vice- -presidente de vendas e marketing para caminhões e ônibus, se comparados os gastos de abastecimento comum chassi a diesel por 250 quilômetros e carregamento das baterias para percorrer a mesma dis- tância o elétrico é competitivo, ainda que os valores finais dependam dos contratos e de quem é adquirida a eletricidade. To - mando por base kw/h a R$ 0,42 a redução poderá chegar a 30%. O carregamento completo dura em torno de duas horas e meia e na compa- ração com o O500U diesel o elétrico pesa 2 toneladas a mais. TAMBÉM PARA EXPORTAÇÃO O projeto do chassi de ônibus elétrico Mercedes-Benz foi dirigido por engenhei- ros brasileiros e testado na Alemanha. A base tecnológica é compartilhada do ale- mão eCitaro, e Leoncini considerou essa sinergia importante: “Com isso ganhamos velocidade. Há alguns componentes co - muns como eixo e motores elétricos, mas o chassi foi desenvolvido no Brasil para operar no Brasil. É um carimbo nosso. Não é um control-C+control-V, um copia e cola”. O projeto consumiu cinco anos e os testes no Brasil começam no mês que vem. Considerando um mercado interno total de ônibus urbanos de 13 mil a 14 mil unidades/ano a expectativa da empresa é a de que os elétricos respondam por fatia de 2% a 5% nos primeiros anos e, próximo a 2027, avancem para 10%. Para Barbosa os desafios são enormes mas existe de - manda e necessidade: “Será um processo gradativo”. Para Deppen a opção por colocar os pés no mercado da eletrificação no País por meio dos ônibus se deu para gerar impacto em um maior número de pes- soas. Ponderou, no entanto, que Brasil e a América Latina precisam preparar in- fraestrutura para que isso se materialize: “Esse é um ponto muito importante e está diretamente relacionado à capacidade de geração e abastecimento de energia em novos patamares”. Os planos da Mercedes-Benz incluem exportar o eO500U para países daAmérica Latina, particularmente Chile, onde a ele- trificação é mais avançada. Mas segundo Leoncini os embarques poderão alcançar mercados mais distantes, como Europa e até Oceania: “Como elétrico não ficaremos restritos a países da América Latina, África e Oriente Médio como ocorre com os die- sel. Expandiremos a oferta inclusive com veículos já encarroçados” – a Caio deve ser uma das parceiras. Barbosa e Leoncini garantem que há capacidade para atender todos os even- tuais pedidos, sejam do mercado interno ou externo. Segundo a Mercedes-Benz a produ- ção do eO500U não demandará contra- tações na fábrica de São Bernardo por ser montado na mesma linha do modelo a diesel.

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