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9 AutoData | Setembro 2021 Divulgação/FCA MINAS ESTÁ ONDE SEMPRE ESTEVE Não se esperava, mesmo, que algo útil, ou histórico, ou digno de orgulho, ou saísse da lavra, mesmo que apenas intelectual, dos atuais presidentes da Fiesp e da Fiemg, notórios apoiadores do atual governo federal, ou tivesse sua aprovação. Mas sua atitude é espelho dos descaminhos que vive o mundo brasileiro da indústria, ao léu e sem céu que o dirija. O manifesto pela pacificação dos poderes da República, que afinal ficou parado sobre a mesa do presidente da Fiesp, foi acompanhado pelo de industriais mineiros, sob a pena da Fiemg, que não sentiram rubor em criticar o STF, Supremo Tribunal Federal, nem em defender sites da internet produtores e distribuidores de fake news e ainda exigiam liberdade de expressão para políticos presos por ataques ao Supremo. É extremamente curioso como senhores engravatados, de ar pretensamente sério, tomam certas liberdades, como assinar um documento desses: não fariam isso diante de seus pais. MINAS ESTÁ ONDE SEMPRE ESTEVE 2 Mas de Minas veio a primeira reação pública do mundo industrial por meio do Segundo Manifesto dos Mineiros, distribuído na quarta-feira, 1º de setembro, com a assinatura do arquiteto do processo de mineirização da Fiat e seu presidente mais longevo, Cledorvino Belini, e também da de Salim Mattar, presidente da Localiza. Como bem a descreveu reportagem da Agência Estado, a peça “defende as instituições brasileiras, o Estado de Direito e a democracia, em contraponto às considerações de [presidente da Fiemg]”. Foi além: “A ruptura pelas armas, pela confrontação física nas ruas, é sinônimo de anarquia, que é antônimo de tudo quanto possa compreender uma caminhada serena, cidadã e construtiva. A democracia não pode ser ameaçada, antes, deve ser fortalecida e aperfeiçoada. O que se pretende provocar é outro tipo de ruptura: a ruptura por meio das ideias e da mudança de comportamentos em todas as dimensões da vida”. MINAS ESTÁ ONDE SEMPRE ESTEVE 3 Em tempo: o primeiro Manifesto dos Mineiros, de 1943, foi o primeiro a arguir a tese da volta à democratização e da deposição da ditadura Vargas, enfim realizada em 1945.

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