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30 Novembro 2021 | AutoData LANÇAMENTO » FIAT PULSE Conta ou não conta? Ao pé da letra o Pulse não é o primeiro SUV Fiat no País, embora seja o primeiro produzido no Brasil – e fabricado pela própria Fiat. Em 2011, pouco depois de comprar a Chrysler, e sem ainda ter encerrado todo o processo de fusão e consequente criação da FCA, a Fiat começou a importar do México o Dodge Journey: com seu emblema na dianteira, foi rebatizado Freemont. Mas era um legítimo Chrysler do último ao primeiro parafuso, incluindo seu motor 2,4 l já conhecido no PT Cruiser. O modelo permaneceu no mercado brasileiro até 2017. Sobre a MLA, sigla para modular archi- tecture, que estreia no Pulse, podem ser montadas diversas carrocerias – de um compacto do segmento A a uma picape do segmento B. No caso da linha Fiat atual, do Mobi à Strada. Só aí já se pode ter uma ideia da importância do projeto, pensado para atender além das exigências das atuais regras do Proconve e do Rota 2030. “É uma plataforma completamente nova, mudamos tudo. Se ficou alguma coisa da antiga talvez tenha sido um ou outro parafuso”, assegurou Quadros em entrevista a AutoData . “Ela está pronta, inclusive, para receber veículos híbridos, os HEV. E para os BEV, os 100% elétricos, precisam ser feitos alguns ajustes para acomodar as baterias.” Na MLA estreou o novo motor Turbo 200 com a nova caixa de transmissão CVT, mas também são totalmente novos as suspensões, freios, estruturas de bancos, ar-condicionado, rodas e pneus, sistemas de exaustão, arrefecimento do motor, ali- mentação de combustível e pedaleira. Pensando na segurança a parte inferior da carroceria foi reforçada com aços nobres, mais resistentes, com melhor resultado de absorção de força no caso de colisões. Crash testes foram feitos no Centro de Segurança Veicular em Betim, com bons resultados. “Demos um salto muito grande com relação ao que há no mercado. A van- tagem de uma plataforma nova é que podemos buscar tudo o que existe de melhor disponível e aplicar. Antecipamos quesitos ainda não homologados na in- dústria, sempre pensando nas exigências de regulamentação, do cliente, eficiência energética e motorizações. Ainda assim conseguimos desenvolver uma plataforma 7% mais leve do que a média disponível hoje na indústria.” O desenvolvimento foi 100% brasileiro, liderado pela equipe de Betim. O resultado alcançado permite que a MLA seja aplicada em outras fábricas da Stellantis ao redor do globo: “Está em estudos, e ela tem total con- dições de ser aplicada em todo o mundo”. Quadros disse que, além da possi- bilidade de montar veículos híbridos e elétricos, há uma boa dose de sistemas autônomos compatíveis com a platafor- ma. Alguns estrearam no Pulse, inclusive, como a frenagem automática de emer- gência e o assistente de permanência na faixa. O curioso é que com a fusão da FCA, dona da MLA, com a PSA, que oferece a CMP, commom modular platform, a Stellantis tem em seu portfólio agora duas plataformas novas e modulares. Quadros não vê conflito e está conven - cido de que com isso a fabricante “está em uma condição privilegiada”.

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