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69 AutoData | Dezembro 2021 Uma novidade para o condutor é o modo velejar. Trazendo a analogia do veleiro para as ruas é razoável dizer que estamos falando de uma banguela in- teligente. Em síntese, quando o veículo atinge certa velocidade e o motorista tira o pé do acelerador, o motor a combustão é desacoplado da transmissão e desli- gado para poupar combustível e evitar emissões. Essa situação pode ocorrer tanto numa reta – mantendo por um bom tempo a mesma velocidade – e, princi- palmente, em descidas. Dirigir o Stonic é uma experiência inte- ressante. Seu comportamento é o de um híbrido suave. Durante curto test drive em Itu, SP, o consumo do Stonic, abastecido somente com gasolina, foi 13,3 km/l. NÓ GLOBAL Mas o que mais importa nesse veículo são as emissões. Na Europa os dados oficiais apontam 129 g/km de CO2. Segundo a Kia, aqui no Brasil, com a mistura de 25% de etanol na gasolina, a emissão cai para 100 g/km. É quase o que determina a regra atual na Europa, 98 g/km. Trata-se de um bom desempenho, e que poderia melhorar com a utilização de biocombustíveis. Como é um produto importado a Kia não informa se há estudos para produzir um MHEV flex. De acordo com Gandini “isso é uma decisão de engenharia da matriz”. Divulgação/Kia Movimento inspirador O Stonic é o primeiro modelo no País que carrega os novos logo e slogan Movement that Inspires, apresentado em janeiro em forma de um manifesto que refletiu o novo propósito da Kia de inspirar consumidores por meio de produtos e serviços e das suas experiências com a marca. O propósito apresentado no manifesto e em alguns vídeos enfatiza que o movimento está na gênese do desenvolvimento humano. Tanto a comunicação da Kia no País quanto os modelos importados exibirão essa nova identidade. Mesmo com esse potencial e uma configuração bem ao gosto do consu - midor local, que oferece uma lista enorme de itens de série como conexão bluetoo- th sem cabo, assistência de partida em rampas, câmera de ré com sensor de estacionamento e outros, o Stonic ainda é um ilustre desconhecido. Desde outubro está aberto um progra- ma de pré-venda do modelo, mas a Kia dispõe de poucas unidades para entrega: 150. Os motivos são os de sempre: falta de semicondutores e logística. Gandini descreve como uma tempestade perfeita o que vem ocorrendo com as quase 750 unidades, sendo 250 só do Stonic, que ainda estão na Coréia do Sul: “O navio atrasou. Normalmente leva- ria 36 dias para a chegada dos veículos aqui. Agora são de setenta a 75 dias. Os carros que foram pagos emmarço ainda nem embarcaram por falta de semicon- dutores”. E não é só isso. A negociação pelos contêineres, que baliza os preços tam- bém para o embarque de veículos, tem feito os empresários segurarem as im- portações. Segundo Gandini o valor de US$ 1,5 mil vem subindo desde o início da pandemia e “em 2021 estamos nego - ciando o container a US$ 15,5 mil, o que prejudica alguns negócios para o ano que vem”. A Kia do Brasil tem o objetivo de nego- ciar 5 mil unidades este ano. Até outubro foram vendidas 4,1 mil.

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