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14 FROM THE TOP » J. ROSCHECK E DANIEL ROJAS, AUDI Fevereiro 2022 | AutoData se assim fosse elas estavam falando com a pessoa errada. Eu tinha certeza absoluta de que encontraríamos uma solução. Sinceramente estou muito sa- tisfeito por termos conseguido retomar a produção local, mesmo sendo em um volume pequeno. Os senhores acreditam que o futuro do segmento premium no Brasil passa por uma concentração quase que total nos elétricos e híbridos? DR: Os nossos clientes adoram os elé- tricos. Depois que experimentam não querem mais voltar para um carro só a combustão. Um de nossos pilares mais importantes é o da sustentabilidade, que envolve a eletrificação. Avançaremos nesse plano em 2022. Acabamos de anunciar um investimento conjunto com a rede de R$ 20 milhões para instalação de carregadores ultrarrápidos em toda a rede de concessionárias. E teremos em breve o lançamento de um SUV híbrido plug-in no Brasil. JR: Em termos globais não podemos mais seguir como estamos, ainda que no Brasil exista uma matriz energética extremamente favorável, diferentemente de muitos outros países. Mas emmuitos lugares, tanto em termos de mercado quanto de legislação, em breve não haverá mais espaço para a ombustão. Tecnologicamente não há alternativas, e toda indústria precisa se preparar para isso. Vemos esse momento como uma oportunidade de nos antecipar, e a res- posta até agora tem nos surpreendido positivamente, e isso no mundo todo. É impressionante como as pessoas mu- dam, como aceitam bem essa tecno- logia diferente e como querem isso no dia a dia. É tão rápido que hoje temos uma falta de capacidade para elétricos. Na opinião dos senhores, falando do mercado em geral, essa onda de foco nos veículos de maior valor agregado continuará até quando? DR: Ainda há muitas coisas aconte- Gerenciar o retorno à produção local, de qualquer maneira, deve estar alto em suas prioridades, não? DR: Aprodução local do Q3 com certeza será umdos meus maiores desafios para este ano. Temos umorgulhomuito gran- de da fábrica no Paraná. Ainda temos tratativas com governos para conduzir, mas já avançamos muito. JR: Apenas acrescentando: não temos novos acordos oficiais fechados, ainda estamos tentando resolver o tema do IPI [crédito acumulado do Inovar-Auto], mas temos confiança de que chegaremos a um bom termo. E acredito que vale lembrar umpouco desse processo todo. Os problemas que marcaram a primeira oportunidade em que fabricamos aqui começaram a se repetir na segunda vez. É um investimento de centenas de milhões, altíssimo, especialmente para produção completa. E há a questão da nacionalização necessária, trabalhamos com baixos volumes e os fornecedores não estão habituados a isso, é diferente da Europa. Lá há empresas que traba- lham assim, mas fornecem um pouco para nós, um pouco para Porsche, Fer- rari, Bentley... não há esse perfil de for - necedor aqui. E os volumes nacionais nunca foram grandes o suficiente. Não deu certo. Algumas pessoas na matriz me diziam que a minha tarefa era fe- char a fábrica aqui, e eu respondia que “ O Proconve L7 tornou-se uma jabuticaba. É preciso criar um carro específico para o mercado brasileiro, que não pode ser vendido em nenhum outro lugar do mundo.” Johannes Roscheck
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