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18 FROM THE TOP » J. ROSCHECK E DANIEL ROJAS, AUDI Fevereiro 2022 | AutoData agora, pois não vamos necessariamente localizar os componentes em uma pri- meira fase: importaremos emontaremos os veículos aqui. Isso muda um pouco o escopo, automaticamente passa a ser mais de serviço, seja em termos de en- genharia, de digitalização etc. Émais um foco de inovação para a marca, inclusive na forma com que vendemos os veícu- los. A própria eletrificação do mercado requer um monte de coisas novas. A infraestrutura hoje não funciona, pelo menos não o suficiente para viajar com tranquilidade com um elétrico. E vejo essa tendência não só para a Audi, mas para todas as marcas. Emanos passados aAudi deixou de par- ticipar do Salão doAutomóvel para fazer eventos próprios. Essa decisão prosse- guirá efetiva? DR: Ainda temos que entender um pou- co mais o que a indústria quer fazer com relação ao Salão do Automóvel, então não posso dizer agora se estaremos ou não no próximo. Mas posso dizer que temos muito sucesso no formato de criar nossos próprios eventos. Omais recente foi o House of Progress, onde promove- mos setenta ações em 32 dias. Falamos não só da Audi mas de outros temas e nos relacionamos com clientes, amigos da marca, concessionários e parceiros. Gostamos muito desse formato. A Audi está compartilhando com a Volkswagen não só as instalações in- dustriais da fábrica do Paraná como, agora, também um centro de distribui- ção. Até que ponto essas sinergias são importantes para o negócio? DR: Buscamos todo tipo de colabora- ção com outras marcas do grupo, e não somente com a Volkswagen. Um bom exemplo é o caso da Ducati, uma par- ceria inédita global, na qual essas motos são vendidas nas concessionárias Audi no Brasil. Funciona muito bem para am- bas e é uma estratégia complementar, não são produtos concorrentes. legislação de emissões. O Proconve L7 tornou-se uma verdadeira jabuticaba, e isso complica a vida de todo mundo, não só a nossa. É preciso criar um carro específico para omercado brasileiro, que não pode ser vendido em nenhum outro lugar do mundo. Com isso fica muito caro trazer veículos para cá. E isso vale para todas as montadoras, inclusive as grandes. Uma delas, por exemplo, de- cidiu suspender todas as importações, não terá mais carro importado por um tempo. Acho isso uma lástima porque se o mercado deixa de receber modelos mais inovadores acaba fechando em vez de abrir. Qual seria o tamanho realista e adequa- do do mercado interno nacional? JR: Hoje é um mercado de 2 milhões de veículos, e talvez chegue a 2,5 mi- lhões, nomáximo 3 milhões, isso sempre pensando de uma forma sustentável. Entendo que não se deve sonhar com um número absurdamente alto porque no caminho se cria uma bola de neve, algo que não será sustentável no futuro. E isso não é bom para ninguém. AAudi falou embuscar para sua produ- ção localmais fornecedores de serviços do que de efetivamente de peças. Do que se trata? JR: A nossa produção será diferente “ Ainda temos que entender um pouco mais o que a indústria quer fazer com relação ao Salão do Automóvel, então, agora, não posso dizer se estaremos ou não no próximo.” Daniel Rojas

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