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8 LENTES Fevereiro 2022 | AutoData Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br ALARMADOS. MAS NÃO SURPRESOS. Desde janeiro de 2011 e até novembro do ano passado a indústria brasileira registrou queda de 20% na sua produção – de maio a novembro foram seis meses seguidos de resultados negativos. Dados do IBGE divulgados no início de janeiro mostram que foram perdidos cerca de 800 mil empregos neste período, e que caiu 33% a participação da indústria na formação do PIB. A análise dos técnicos do IBGE lembra que a indústria tem, como marca registrada, a geração de empregos com carteira assinada e que os efeitos da queda já ganharam a avenida. No início de fevereiro o IEDI, Instituto para o Desenvolvimento Industrial, distribuiu sua Carta 1 127 na qual afirma que “a indústria em 2021 não cresceu o suficiente para compensar as perdas de 2020”. Mais: reconhece que o PIB este ano deve se manter estagnado, coisa de 0,3% de crescimento de acordo com o Boletim Focus e o FMI. E que a covid deve manter “o quadro de desorganização das cadeias produtivas em escala global”. O Focus também fez uma prévia: o PIB industrial, este ano, deve cair 0,2%. O indicador da FGV que mede o índice de confiança dos empresários, em janeiro, ficou abaixo dos 100 pontos pela primeira vez desde agosto de 2020, e o da CNI manteve “rota descendente, ficando cerca de 10% abaixo do patamar da virada de 2020 para 2021”. ALARMADOS. MAS NÃO SURPRESOS. 2 As circunstâncias difíceis para o ano estão, aí, colocadas com clareza. A indústria de forma geral, e a automotiva em particular, precisarão funcionar com alta dose de sangue frio e de bom senso, com muita unidade e ação. Além de tanta encrenca, da qual a covid-19 faz parte, também há a caixa de pandora da eleição para a presidência da República: a dose é cavalar. E é hora de solidariedade e grandeza. ALARMADOS. MAS NÃO SURPRESOS. 3 Solidariedade e grandeza também é o que se espera do coletivo de diretores da Anfavea, onde se deveria ansiar pela “a construção de consenso”, nas palavras de diretor de empresa associada razoavelmente próximo das negociações. Lembra ele que “o setor tornou-se ainda mais complexo, diversificado e múltiplo, consideração que exige mais trabalho e mais pormenores”. Ou seja: há quem se esforce para que a entidade, como é hábito, forme chapa unitária e de consenso para a eleição de março, o que sempre garante razoável paz interna.

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