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9 AutoData | Fevereiro 2022 Divulgação/Hyundai Divulgação/Stellantis NÃO SURPRESOS. MAS ALARMADOS. Mas isto, na noite de 7 de fevereiro, quando escrevo, parece estar longe de ser uma verdade absoluta e há, sim, a hipótese de que duas chapas concorram aos postos na Anfavea e no Sinfavea. Fontes consultadas garantiam que, até o fim da tarde daquela segunda-feira, todas as possibilidades estavam abertas e que as consultas prosseguiam pois restavam sete dias para que chapas fossem devidamente inscritas. Como informou o Portal AutoData por meio de sua Agência AutoData de Notícias em 7 de janeiro duas candidaturas tinham sido assumidas, pelos atuais diretores Márcio Lima, da Stellantis, e Ricardo Martins, da Hyundai. Como já aconteceu na eleição passada, três anos atrás, poderá haver espaço para um tertius se houver, igualmente como aconteceu então, um chamado à responsabilidade. Os estatutos das entidades não rejeitam a reeleição, que seria inesperada contudo não impossível. NÃO SURPRESOS. MAS ALARMADOS. 2 A hipótese da recondução de Luiz Carlos Moraes para mais um período esbarra no fato de que ele já estaria atrasado na entrega de seu pedido de aposentadoria à Mercedes-Benz. Mas seria um ás de costas para o baralho: se sua gestão não foi arrojada reconhece-se que manteve os cordões do jogo e da política interna da entidade claramente em suas mãos, assim como o rumo dos interesses predominantes das empresas associadas. A história da Anfavea não registra chapas em litigância até porque sua tradição foi formada, desde a fundação, por acordos que contemplavam os interesses em jogo. Era uma época de poucas empresas associadas e na qual quase tudo que estivesse escrito nos papeis sobre a mesa interessava a todos. Trabalhavam juntos os pioneiros, tinham objetivos comuns e queriam ver seus nomes unidos ao da indústria nascente. Mais recentemente, com a terceira onda da industrialização brasileira, nos meados dos anos 90, é que as posições das pioneiras na condução da entidade, no caso Fiat, Ford, General Motors, Volkswagen e Mercedes-Benz, passaram a ser questionadas pelos recém- chegados. A Fiat nem faz parte do bloco pioneiro e só chegou à presidência da entidade em 1995, com Silvano Valentino, depois de muita negociação – foi, provavelmente, até 2019, a sucessão mais complicada. NÃO SURPRESOS. MAS ALARMADOS. 3 O ápice da revolta aconteceu exatamente há três anos, quando a grandeza de um dos candidatos – do candidato oficial, Rogelio Golfarb, da Ford – atuou como o chamado à responsabilidade: nem ele nem o mesmo Martins de hoje, o revoltoso, seriam candidatos, o que abriu lugar para Moraes, vice de Golfarb. Na época assim foi superada a encrenca. Como disse um antigo diretor o que se espera, agora, é que mais uma vez o bom senso prevaleça e que a tradição seja mantida: de acordo com ele duas chapas no palco seriam o maior sintoma da desimportância da Anfavea e do teatro vazio para o espetáculo da hora da posse.

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