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16 FROM THE TOP » GASTÓN DIAZ PEREZ, BOSCH Março 2022 | AutoData ção nessa área, que já é alta, e nossa previsão para os próximos anos é a de continuar nesse sentido. Conseguimos aumentar o faturamento para além do avanço da indústria porque lançamos produtos com cada vez mais valor agre- gado, com mais tecnologia. A Bosch, historicamente, investe muito emdesenvolvimento tecnológico. Tanto que é uma das empresas quemais regis- tra patentes no Brasil. Diante dos novos desafios da indústria essa maneira de trabalhar tende a prosseguir? Não só prosseguiremos como aumen- taremos o investimento nessa área. As novas tecnologias, se por um lado po- dem representar ameaça, por outro são uma grande oportunidade. Acreditamos que essas mudanças farão com que possamos ir muito mais adiante, não só no mercado brasileiro mas, também, globalmente. As transformações tecno - lógicas, seja nos produtos, na forma com que os produzimos no nosso próprio modelo de negócio, envolvem um fator crucial: o mundo está girando cada vez mais rápido. O que se imagina que se domina completamente hoje torna-se obsoleto muito mais rapidamente. Para nós, latino-americanos, e para o Brasil em particular, é uma grande oportu- nidade. O mundo, hoje, se reinventa a todo momento e nós entendemos isso e nos adaptamos muito melhor do que os países desenvolvidos. Nós sabemos que as coisas mudam fortemente a cada cinco anos, estamos mais adaptados. Tenho a convicção de que nessemundo novo somos muito fortes, temos uma habilidade adicional, a inovação está no nosso DNA, na nossa natureza. De que forma poderíamos aproveitar isso? O novo mundo está pedindo isso. Te - mos que ocupar os espaços que já não tem a ver só com o Brasil. Claro que o Brasil é ummercado gigantesco, mas o que o mundo pede, hoje, são soluções globais nas quais o nosso espírito, esse que há em nossa região, é muito positi- vo. Com o etanol, por exemplo, temos oportunidade de fazer muitas coisas. Carro elétrico? Não sei. Mas híbrido a etanol? Não tenho dúvidas. Podemos criar novos modelos de negócios digitais. O agronegócio está na América Latina, temos que ser os principais impulsio- nadores da mudança tecnológica que ele precisa. Temos que alimentar mais pessoas commenor área cultivada. Isso se chama produtividade e se consegue com tecnologia mais ecológica, mais sustentável. A Bosch está fortemente focada nisso na América Latina. Falando mais em América Latina e es- pecialmente no Mercosul: ainda será possível atingirmos aquele velho sonho de fabricar um carro comum para toda a região? A história do Mercosul é longa, e infeliz- mente não foi a mesma da União Euro- peia. Eles conseguiram avançar, integrar muito mais do que nós. É uma dívida que temos. Veja que o próprio acordo automotivo do Mercosul é anterior à “ Se o Mercosul tivesse uma moeda comum e políticas macroeconômicas e fiscais similares, o mercado automotivo teria avançado conjuntamente.” “ Nos semicondutores o segundo semestre será melhor do que o primeiro, mas ainda sem uma resolução completa.”

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