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22 Março 2022 | AutoData CONJUNTURA » INVESTIMENTOS que tem condições de servir também como base para modelos eletrificados, será montado inicialmente um novo SUV. A fabricante revelou ainda que ali será pro - duzido, também, um novo motor 1.0 turbo. Essas iniciativas já integram um novo ciclo de investimento, posterior ao R$ 1,1 bilhão anunciado há um ano, que permitiu o lançamento de modelos como Captur e Duster com o motor 1.3 turbo flex, os novos Kwid e Master e os elétricos Zoe E-Tech e, mais à frente, o Kwid E-Tech. O ciclo assim será concluído ainda esse semestre e pormenores do novo serão divulgados possivelmente logo a seguir. Novidades em breve devem surgir também pelos lados da Toyota. Rafael Chang, presidente da empresa no Brasil, adiantou que por aqui a companhia tra - balha no planejamento de investimentos para o futuro, uma vez que em 2021 foi concluído o último ciclo, de R$ 6 bilhões: “Nós acreditamos no mercado brasileiro e nossos planos sempre são desenhados olhando para médio e longo prazo”. No mesmo caminho está a Empresas Randon, que finalizou ciclo de R$ 1,8 bilhão de 2017 a 2021, sendo R$ 400 milhões destinados somente à divisão de imple - mentos. Mais um caso é o da Hyundai, que ne - gocia com a matriz R$ 350 milhões para fabricar motores em sua unidade de Pi - racicaba, SP. CONTA GORDA Os aportes conhecidos mais recente - mente se somam aos R$ 10 bilhões em investimento até 2025 já anunciado pela General Motors, que bancará, por exem - plo, a produção da nova Montana em São Caetano do Sul, SP, a ser lançada ainda este ano, e aos R$ 7 bilhões da Volkswa - gen até 2026, este para a região Améri - ca do Sul, que terá seu primeiro produto lançado em 2023, o Polo Track, modelo de entrada montado sobre a plataforma MQB em Taubaté, SP. E não se pode esquecer, por exemplo, dos R$ 500milhões da BMWemAraquari, SC, e dos R$ 350milhões da DAF emPonta Grossa, PR. E nem dos R$ 2,4 bilhões do ciclo 2018 a 2022 da Mercedes-Benz, dos quais R$ 100 milhões gastos para fazer ônibus elétricos no ABC. Assim, por baixo, somando tudo, estamos falando de mais de R$ 32 bilhões. Vale lembrar ainda do atual plano de investimento da antiga FCA, hoje Stellantis, de R$ 16 bilhões até 2025, e dos R$ 220 milhões da antiga PSA para Porto Real, RJ. Só o segmento de máquinas agrícolas e de construção, segundo as contas da Abimaq, aplicará em 2022 R$ 15,4 bilhões no País: 38% em modernização tecnoló - gica, 34% em ampliação da capacidade, 19% emmodernização produtiva e 9% em outras áreas. Em 2021, ainda segundo a associação, foram R$ 14,5 bilhões. Enquanto isso o Sindipeças avisa que as associadas calculam investir R$ 2,3 bi - lhões em suas operações neste ano, alta de 9,5% ante 2021. A conta, agora, engorda para R$ 65 bilhões. De fato, por onde quer que se olhe há investimentos anunciados. Implementos rodoviários? Librelato, R$ 198 milhões. Pneus? R$ 1 bilhão da Sumitomo, que produz os Dunlop, e R$ 700 milhões da Bridgestone. Plataformas digitais de com - pra e venda de seminovos e usados?: R$ 2,5 bilhões da Kavak. Infraestrutura de car - regamento para veículos elétricos?: R$ 10 milhões da Volvo Cars. Falando em elétricos e em descar - bonização, recente estudo da Anfavea apontou que “considerando todos os as - pectos pode-se inferir que o Brasil, com uma política industrial de Estado adequada e bem planejada, poderá promover um novo ciclo de investimentos nos próximos quinze anos superior a R$ 150 bilhões”. Essa dinheirama toda, naturalmente, indica que pelo menos do ponto de vista do investimento a indústria automotiva claramente não está se furtando a acre - ditar e aplicar recursos no Brasil. É óbvio que as empresas esperam retorno sobre o que investem e assim, portanto, restará saber se o mercado e o ambiente de negócios responderão na mesma moeda.

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