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46 Março 2022 | AutoData ESPECIAL AUTODATA 30 ANOS » VEÍCULOS LEVES A inércia comviés de retração só come- çou a ser revertida a partir de 1992, quando foi instalada a Câmara Setorial Automotiva (veja na pág. 36), que com a participação de representantes do governo, da indústria e dos trabalhadores desenhou políticas para promover o crescimento domercado. Com redução de impostos e das mar- gens de lucro de fabricantes de veículos, seus fornecedores e distribuidores, houve redução substancial de preços e as vendas entraramemespiral ascendente, superan- do pela primeira vez na história a casa de 1 milhão de automóveis e comerciais leves em 1993, volume que nunca mais foi infe- rior a esse nível e seguiu escalando ano a ano até 1997, quando ficou muito perto de cruzar a linha dos 2 milhões. Oprograma do Carro Popular, criado em 1993 e que até 1995 zerou o IPI demodelos equipados com motor 1.0 ou refrigerados a ar, deu novo impulso ao mercado nacio- nal, com aumento da demanda e diversos lançamentos de modelos mais baratos, principalmente hatchbacks pequenos. Os populares escalaram rapidamente a participação nas vendas totais de 26,7% no primeiro ano do programa para 40% em 1994, porcentual que continuou a subir mesmo após a volta do IPI a 8% em 1995 e alcançou cerca de 70% na virada para a década seguinte. MULTIPLICAÇÃO DE FÁBRICAS E MODELOS A chacoalhada no mercado já estava dada com a entrada de novas marcas e modelos como nunca antes havia acon- tecido, evidenciando a qualidade inferior e o baixo conteúdo tecnológico dos carros nacionais. Ameaçado de perder um setor com grande peso na economia em 1995 o governo criou o Regime Automotivo, concedendo generosos incentivos fiscais para atrair investimentos do setor, tanto das empresas já instaladas no Brasil como de novas interessadas em entrar. Deu certo. O RegimeAutomotivo atraiu investimentos de mais de US$ 20 bilhões. O número de fabricantes de automóveis e comerciais leves no País saltou de cin- co em 1990 para doze no início dos anos 2000, com dez fábricas inauguradas, que se juntaram às sete existentes e fizeram a capacidade nacional saltar de menos de 1,5 milhão para mais de 3 milhões de unidades/ano. Chrysler, Honda, Land Rover, Mercedes- -Benz, Mitsubishi, Nissan, PSA Peugeot Citroën e Renault foram as chamadas newcomers que investiram em novas li- nhas de produção no Brasil, inauguradas de 1997 a 2001, enquanto Ford, GM, Toyota e Volkswagen anunciaram novos carros e novas plantas além das já em operação. A Fiat foi a única que não investiu emnova fá- brica, mas aplicou recursos que ampliaram significativamente a capacidade de Betim, MG, que superou as 800mil unidades/ano. Da metade da década de 90 aos anos 2000 os investimentosmudarambastante o cenário automotivo do País coma chegada de uma safra completamente nova demo- delos nacionais, incluindo hatches e suas versões sedã, perua e picape como Fiat Palio/Siena/Weekend/Strada, Chevrolet Corsa/Corsa Sedã/CorsaWagon/Montana eCelta, Ford Fiesta/Courier e Ka, a segunda geração dos Volkswagen Gol/Parati/Sa- veiro e o Golf nacional produzido em São José dos Pinhais, PR, ao lado do Audi A3, Peugeot 206 e Citroën C3, Renault Clio, os estreantes monovolumes Renault Scénic e Mercerdes-Benz Classe A e os sedãs médios japoneses nacionalizados Honda Divulgação/Volkswagen
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