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47 AutoData | Março 2022 Civic e Toyota Corolla, além das picapes médias Chevrolet S10, Mitsubishi L200, Nissan Frontier e a breve Dodge Dakota. Houvemaior segmentação domercado de automóveis, até 1997 dividido basica- mente emmodelos duas portas de três vo- lumes, que representavam 14% das vendas, dois volumes hatchback e station wagons de três portas, que somavam 70%, e os utilitários anos depois chamados de SUVs, com 17%. Em 2002, os hatches pequenos de três ou cinco portas, principalmente os modelos populares 1.0, dominavam 66% dos emplacamentos, enquanto sedãs e quatro portas tinham 15%, peruas 4,5% e hatches médios 7,5%. Algo parecido ocorreu no mercado de comerciais leves, com a profusão de lan- çamentos de picapes pequenas, derivadas de automóveis, emédias, que passaram a dominar respectivamente 38% e 36% das vendas do segmento a partir de 2002. REGIME DE ENGORDA Para além dos incentivos a principal motivação para atração de tantos investi- mentos era a perspectiva de engorda do mercado brasileiro. O aumento da renda trazido pela estabilização econômica e pela redução da inflação, as facilidades de financiamento e carros populares mais baratos aumentaramamotorização do País, fazendo as vendas de automóveis e comer- ciais leves chegaremmuito próximas de 2 milhões de unidades em 1997. Contudo amaxidesvalorização cambial de 1998 e a crise econômica que se suce- deu jogaramumbalde de água gelada no mercado, que entrou em retração acentu- ada em 1998 e 1999, começando os anos 2000 em processo de lenta recuperação, comvendas de veículos leves paradas em torno de 1,5 milhão por ano. A partir de 2003 o crescimento econô- mico voltou com força e as vendas entra- ramemnova rampa ascendente, iniciando um longo período de dez anos de pros- peridade. Nesse intervalo as vendas de automóveis e comerciais leves passaram de 2 milhões pela primeira vez em 2007, com 2,3 milhões de emplacamentos, e ultrapassaram a então inédita marca de 3 milhões na virada da década, em 2010, para avançar ao recorde histórico de 3,6 milhões de unidades em 2012, repetindo volume parecido em 2013, consolidando o Brasil como quarto maior mercado de veículos do mundo. Em uma revolução econômica o Brasil iniciou a segunda década do século 21 com aumento de 33% na rendamédia da popu- lação: 40milhões de pessoas ascenderam à classe média, outros 9 milhões subiram para B e A. Eram todos potenciais com- pradores de carros, com maior poder de compra e confiança para consumir, atraídos por quedas dos preços médios dos auto- móveis e pelo alongamento dos prazos de financiamento. Houve uma feliz combinação de au- mento da renda com queda de preços e financiamentos mais baratos e alongados. Segundo levantamento da Bright Consul- ting o preço médio dos automóveis e co- merciais leves caiu de cerca de R$ 38 mil por unidade em 2003 para R$ 37 mil em 2012. Os dois principais motivos para isso foram os ganhos de escala com o cresci- mento da produção e maior concorrência. ABright também levantou como o cres- cimento domercado está relacionado com a redução do peso do financiamento nos salários. No início dos anos 2000 as ven- das somavam 1,5 milhão de veículos leves Divulgação/Volkswagen

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