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50 Março 2022 | AutoData ESPECIAL AUTODATA 30 ANOS » VEÍCULOS LEVES Para recuperar a rentabilidade em um mercado muito menor as fabricantes pas- sarama centrar esforços emmodelosmais caros, para vender menos por mais. Com isso houve sensível mudança na segmen- tação dos veículos: os SUVs que começam em R$ 80 mil e passam dos R$ 200 mil agora lideram o mercado com 43% das vendas, enquanto os hatchbacks pequenos desceram para 35% e os sedãs para 20%. Nem os modelos 1.0 são os mesmos de antes: ainda pagam IPI menor, mas os equipados commotores turboalimentados custam até mais caro do que versões 1.6 ou 1.8. A diferença de tributação caiu e a participação dos 1.0 nas vendas desceu junto, para menos de 35% em 2017, para subir novamente a quase 44% em2021, não por causa dos preçosmas empurrada pela multiplicação de opções turbo. Ao mesmo tempo a legislação impôs a produção de veículos mais eficientes e seguros, com inclusão de tecnologiasmais caras, o que nos últimos cinco anos acabou com o Carro Popular. Nos comerciais leves 86% das vendas são dominadas por picapes pequenas aci- ma dos R$ 80mil, quevendemmais do que automóveis, enquantomodelosmédios de R$ 200 mil a R$ 300 mil ganham cada vez mais espaço no uso pessoal. Os modelos flex lançados a partir de 2003 reativaram o uso do biocombustível após o quase abandono nos anos 90, e hoje dominam 80% das vendas. Na maioria das regiões, porém, usa-se mais a gasolina do que o etanol. REVERSÃO DE EXPECTATIVAS A sucessão de fatores negativos nos últimos anos reverteu as expectativas oti- mistas de uma década atrás. Amaior parte dos analistas considera que o mercado brasileiro poderá voltar à faixa de 3milhões de unidades/ano somente emalgummo- mento depois de 2025 – isso se nada der errado. O piso de vendas atual é três vezes maior do que há trinta anos, mas estámuito abaixo do necessário para justificar a ca - pacidade de produção que nessemesmo período cresceu para quase 5 milhões de veículos/ano. Com esse desequilíbrio duas fabrican- tes, Mercedes-Benz e Ford, fecharamsuas fábricas e desistiram de produzir no Brasil. Enquanto isso as demais fazem as contas para equilibrar os balanços e buscamnovos modelos e tecnologias para ganhar pontos preciosos de mercado. Divulgação/Renault

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