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61 AutoData | Março 2022 21 Março 2013 Atingir os índices de aumento da eficiência energética dos automóveis é um dos principais desafios que o novo regime automotivo brasileiro, o Ino- var-Auto, traz para os fabricantes de veículos. E é um desafio e tanto por- que envolverá muito estudo, análises de custo-benefício, escolha de tecno- logias em cada produto e mudanças na hora de tomar decisões. O texto do decreto 7 819, publicado em 3 de outubro de 2012, conceitua a eficiência energética como “níveis de autonomia expressos em quilôme- tros rodados por cada litro de combustível – km/1 – ou níveis de consumo energético expressos em megajoules por cada quilômetro rodado – MJ/km”. As empresas que conseguirem os melhores índices de aprimoramento terão descontos de IPI graduais. Funciona assim: a partir do momento em que uma fabricante se habilita ao novo regime, auto- maticamente se compromete a melhorar o consumo em 13,6% ou em 12% em eficiência energética. A medição ocorrerá em 2017 com base na média do ano anterior comparada à de 2012. Aquela que não atingir esta melhoria deverá pagar multa em valores ainda a serem definidos pelo governo. As fabricantes que até 1º de outubro de 2016 apresentarem ganho de 15,4% em eficiência ener- gética terão direito a desconto extra de 1 ponto por- centual válido para o período 2017-2020. E aquelas que melhorarem em 18,8% sua eficiência energética obterão benefício ainda maior, de 2 pontos extras do IPI também para o período posterior ao regime. Desconto máximo. Duas conclusões são tiradas dessa história. A primeira é a tendência de as fabricantes buscarem melhorar a eficiência energé- tica de seus veículos pelo menos em 18,8% para ob- ter o desconto máximo de IPI e serem mais compe- titivas no mercado. A segunda envolve a engenharia, que passa a ter papel mais decisivo desde a concep- ção do projeto do produto, como afirma Francisco Satkunas, conselheiro da SAE: “Antes o projeto era guiado pelo marketing, que analisava o que havia no mercado e decidia qual seria o objetivo do produto. Agora é preciso pensar em todas as soluções técnicas, levando em conta o custo-benefício. A meta não é mais só impressionar o mercado, mas sim atingir determinada exigência de consumo e fazer um carro que seja vendável”. Boa parte das oportunidades para a evolução da eficiência energética é conhecida por já serem apli- cadas pelas matrizes das companhias nos mercados europeu e estadunidense. Contudo, a aplicação no Brasil ainda é alvo de intensos estudos tanto técnicos, pela peculiaridade do País usar tecnologia bicombustível, quanto finan- ceiros, para obter o melhor retorno em cada produto. Serão decisões estratégicas, na opinião de Clau- dio Demaria, diretor de engenharia de produto da Fiat para América Latina: “Hoje não podemos apontar nenhuma solução única e viável. Trata-se de combinar estas soluções na melhor relação custo-benefício e na forma mais adequada para cada veículo”. Uma delas é a aerodinâmica. Demaria afirma que “precisamos ir além, utilizando novos sistemas de cálculo aerodinâmico”. A opinião é endossada por Satkunas: “Veremos muitos estudos para melhorar a capacidade do carro de furar o ar. Algumas soluções Muitos veículos já têm motor de alumínio, como é o caso do Ford Fusion Divulgação/Ford AD 283 - Eficiência Energética.indd 21 04/03/2013 17:56:52

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