388-2022-05
62 Maio 2022 | AutoData INDÚSTRIA » ÓRFÃOS DA FORD A té hoje ainda é difícil de acreditar que a Ford não está mais ali. Mas se passar na frente agora é possível ver que já derrubaram todos os prédios, e isso cria uma tristeza muito grande.” O relato é dometalúrgico Jaciel Gomes da Costa, 43 anos, doze deles trabalhados como assistente logístico na fábrica de São Bernardo do Campo, SP, fechada em 2019 após ser o local das operações da fabricante no Brasil por 52 anos. Costa foi um dos 2,8 mil empregados diretos da fábrica do bairro do Taboão e in- tegrou o grupo de 850 demitidos ao longo de 2019. Mas ele figurou em legado bem mais amplo de destruição de empregos e renda. Estimativas do Sindicato dos Meta- lúrgicos do ABC apontam que 27 mil pes- soas foram afetadas pelo encerramento das operações da Ford em São Bernardo. Entram nessa conta quem passou por requalificação profissional, aqueles que Por Soraia Abreu Pedrozo Legado negativo no ABC O encerramento da produção da Ford em São Bernardo do Campo atingiu 27 mil pessoas e tirou R$ 10 bilhões da economia conseguiram novo emprego, os que se- guem desempregados, gente que teve de se deslocar da região para poutras cidades, profissionais que operavam na cadeia e proprietários de estabelecimen- tos comerciais do entorno da fábrica. Por exemplo: uma padaria que ficava na avenida Taboão fechou as portas, assim como uma pizzaria e alguns bares que fi - cavam próximos à saída dos funcionários. Os que sobreviveram devem o crédito à vizinha Mercedes-Benz. Rafael Marques, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na época do anúncio de fechamento da fábrica, ele mesmo um ex-empregado que trabalhou por 33 anos na unidade, recorda que “havia 4 mil trabalhadores indiretos na Ford, como os que atuavam em empresas prestadoras de serviços de limpeza, no restaurante, na logística, no TI, na manutenção, terceirizados que atu- “ Foto: André Paixão/Reprodução/Primeira Marcha Divulgação/Ford e Reprodução/Sindicato
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=