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64 Maio 2022 | AutoData INDÚSTRIA » ÓRFÃOS DA FORD de Guarulhos, SP, que enfrentou sérios problemas, com a demissão de mais de cem trabalhadores que operavam a linha de produção para o Cargo. DE FÁBRICA A GALPÃO Após mais de um ano de tentativas frustradas de negociar a fábrica com fa- bricantes chineses de veículos e com o Grupo Caoa, que chegou a anunciar a compra, no fim de 2020 a Ford vendeu o terreno do Taboão para a Construtora São José, que finaliza ali um complexo de galpões logísticos. O valor do negócio não foi informado, mas a Prefeitura de São Bernardo divulgou que a planta foi adqui- rida pela construtora por R$ 550 milhões. Marques considera que, ao menos, a venda da fábrica teve desfecho melhor até o momento do que as unidades da Ford em Taubaté, SP, Camaçari, BA, e Horizonte, CE, que foram fechadas em 2021 e até agora seguem com destino indefinido. Mas o sindicalista lembra que o empreendimento logístico da São José não substituirá por inteiro os empregos e a renda perdida com a saída da Ford de São Bernardo. “Isso é omaior reflexo da desindustriali - zação. Perdemos uma Ford e, no lugar, há empresas de almoxarifado, estoque, trans- porte de materiais. Gerará 60% do volume de empregos criados pela montadora, mas com salários mais baixos. Ou seja, não dinamiza a economia, não melhora a vida das famílias. Para ter mais renda é preciso atuar em um regime de trabalho extenuante, alémdas 44 horas semanais. É a típica conversão que deveria ser evitada num país das dimensões do Brasil. Esta- mos vendo espaços nobres da economia dando passos para trás, oferecendo outro tipo de trabalho e renda.” Em nota a Prefeitura de São Bernardo informa que atuou para dar nova destina- ção ao terreno da antiga fábrica da Ford, buscando ativamente possíveis compra- dores e respeitando seu Plano Diretor, que não permite a utilização de áreas indus- triais para construções residenciais: “Por meio desta atuação o espaço foi adquirido em 2020 pela Construtora São José, que está instalando no local um complexo de galpões com 450 mil m² de área locada, gerando de 3 mil a 4 mil postos de trabalho a partir de 2024”. Apesar de a área ter nova destinação, para o sindicalista os governos estadual e federal não poderiam ter aceitado o fe- chamento das fábricas da Ford.

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