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8 LENTES Maio 2022 | AutoData Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br OS PRIMEIROS 30 ANOS NINGUÉM ESQUECE Jornalistas&Cia, que já foi FaxMoagem, homenageou a AutoData Editora por nossos primeiros 30 anos de vida editorial. Durante o evento fiz o seguinte curto discurso: “Agradeço muito a lembrança de Jornalistas&Cia e sua homenagem pelos primeiros 30 anos da AutoData Editora. Somos, nós e Moagem, contemporâneos: temos virtudes e não fugimos do ridículo, se for necessário, aquele ridículo de Mário de Andrade em sua Paulicéia Desvairada, tão a propósito neste ano do centenário da mostra modernista de 1922. Ele escreveu que não fugia do ridículo porque estaria, sempre, em muito boa companhia. Mas não posso perder a oportunidade para reconhecer nossa identificação com os direitos universais e com a liberdade de expressão, reconhecidos pela missão editorial da AutoData Editora, que é transformar informação em conhecimento. Pois o conhecimento, sim, liberta. Identificamo-nos, pois, contra qualquer censura exercida contra jornalistas e contra a imprensa, e execramos a tortura. Cabem, assim, hoje, uma atitude pela liberdade de Julian Assange e outra pelo Fora Bolsonaro. Jornalistas e a imprensa vivem, hoje, dias imprevistos trinta anos atrás, querido Dudu, quando o comprometimento com a informação era mandatório e quando não havia dúvidas de que o exercício da profissão era absolutamente fundamental para a democracia em qualquer sociedade. Estou falando, é claro, de jornalismo plural e ético e exercido por profissionais. Como o conhecemos. Pois é absolutamente necessário que resgatemos estes princípios. Pois imprensa sob o tacão do marketing perde seus princípios e transforma-se na loja de secos e molhados que Millôr Fernandes imortalizou. Credibilidade, queridas amigas e queridos amigos, é criada no rigor do seu exercício no dia a dia, como somos testemunhas e como leitores, ouvintes e telespectadores comprovam. É preciso combater o algoritmo que desconhece esforços e sensibilidade, é preciso combater o marketing barato de econometrias vagabundas. É preciso mostrar para os não profissionais que seu lugar é outro. E devemos acariciar o jornalismo de verdade como a melhor maneira de bem informar e de fazer sólidas as democracias representativas. Muito obrigado.” Acervo pessoal
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