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83 AutoData | Maio 2022 39 Maio 2013 Thilemann. Um movimento que se estende a todo o corpo diretivo destas empresas, antes dominado por estrangeiros e hoje com os profissionais locais sendo maioria. Os seis brasileiros hoje à frente das principais sistemistas do País têm em comum a formação em engenharia, larga experiência no setor e atuação em diferentes áreas da corporação, inclusive no Exterior, antes de chegar ao topo. Criatividade, profissionalismo, facilidade de adaptação em outras culturas e o reconhecimento lá fora da maturidade da indústria nacional, assim como dos seus profissionais, são apontados como os principais fatores da escalada dos brasileiros. A maioria não esconde a paixão pelo futebol e também em maioria estão os corintianos, time de Corrallo, Botelho, Manoel Alencar e Reimer. O presi- dente da Bosch não esconde o fanatismo: “Para viver no setor tem de ser corintiano. É preciso gostar de adrenalina”. Destoam nesse time o presidente do Grupo Con- tinental, palmeirense, e o novo presidente da Mag- neti Marelli: “Sou santista. Nasci vendo o Pelé jogar, não poderia ser diferente”. Alguns admitem que ao escolher o curso de en- genharia sonhavam em um dia presidir uma multi- nacional, outros dizem que simplesmente aconteceu, não era uma ambição. Histórias diferentes com um ponto em comum: o desafio de presidir empresas em um País ainda em busca de maior competitividade, mas que têm ampliado participação no bolo global das respectivas corporações. E, apesar dos problemas ainda a serem vencidos, o que se vê é otimismo em relação ao Inovar-Auto. Predomina a avaliação de que o novo regime auto- motivo aproxima mais sistemistas e montadoras na busca por soluções que tragam modernidade e com- petitividade ao País. Continuidade. As razões apresentadas pe- los próprios executivos para justificar a nova pos- tura das multinacionais de privilegiar os brasileiros são variadas. Para Lino Duarte esse caminho tem por objetivo manter o executivo por mais tempo no co- mando de suas operações locais. “Quando a escolha recai sobre um estrangeiro seu período de permanência no Brasil normalmente é limitado. Já um brasileiro tende a ficar mais tempo, garantindo a continuidade do trabalho desenvolvido no País e na América do Sul.” Duarte é um dos que diz não ter ambicionado o cargo de presidente quando iniciou carreira no setor: “Essas coisas acontecem”. Lógico, porém, que nin- guém vira presidente de uma hora para outra. En- genheiro eletrônico, 56 anos, Lino Duarte começou sua carreira em 1980 na Villares, passou pela Eluma e em 1987 transferiu-se para a Cofap, adquirida pela Magneti Marelli em 1996. Um ano depois foi para a Itália como gerente da unidade industrial de Melfi, retornando ao Brasil em 2000. Após ocupar diferentes funções assumiu em 2004 o cargo de chefe de operações para o Mercosul e Nafta e, no ano seguinte, a presidência mundial da linha de business amortecedores, sendo responsá- vel pelo estabelecimento das unidades industriais na China, Índia e Polônia. Até em virtude de suas passa- gens pelo Exterior Duarte vê inúmeras vantagens em ser um brasileiro no cargo: “Sem dúvida ajuda na comunicação interna com os funcionários e no relacionamento com as mon- tadoras. A cultura é importante, faz a diferença no negócio. Quem vem de fora tem com certeza um pe- ríodo de adaptação”. Duarte revela que os brasileiros hoje prevalecem nos cargos diretivos e os italianos que continuam na empresa já quase viraram brasileiros: “Casaram-se com brasileiras, têm filhos nascidos aqui”. Lino Duarte, da Magneti Marelli Divulgação/Magneti Marelli AD 285 - Gestão.indd 39 30/04/2013 00:25:10

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