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85 AutoData | Maio 2022 42 Maio 2013 Gestão veicular, para onde deveremos direcionar a maior parte de nossos futuros investimentos”. Diferente do chinês. Engenheiro eletrô- nico pela Universidade de Karlsruhe, Alemanha, com MBA internacional pela Universidade de São Paulo, Besaliel Botelho nasceu em Recife, PE, com 7 anos mudou-se para Campinas, SP, e entrou na Bosch em 1985. Teve passagens pelas áreas de desenvol- vimento e comercial do grupo, ocupando o cargo de vice-presidente de 2006 a 2011, quando em outubro assumiu a presidência – foi o primeiro a ocupar o cargo. “A ascensão dos brasileiros aos cargos de dire- ção é um reconhecimento do trabalho feito no Brasil nos últimos anos. Estamos em um País com certa pujança e complexidade e conhecer a nossa cultura, somado à experiência no Exterior, ajuda muito na condução das operações locais.” Como Lino Duarte o presidente da Bosch tam- bém vê na atual postura das multinacionais uma opção pela continuidade. E ressalta a criatividade e a liderança do brasileiro, muito importante para so- breviver hoje às intempéries internacionais: “O Brasil atualmente está mais integrado e como as empresas são globais fica mais fácil trabalhar com a mobilida- de dos executivos”. Para Botelho o brasileiro também leva vantagem pela sua flexibilidade para adaptar-se em qualquer lugar: “Não é o caso do chinês e mesmo dos estadu- nidenses e europeus. Somos assim porque o Brasil é um país que congrega várias culturas. É um grande trunfo”. O fato de ser brasileiro gera, ainda, maior com- prometimento com a empresa local e ajuda na co- municação com funcionários, sindicatos, governo e clientes: “Nosso povo é movido a emoção. Entender a cultura é fundamental”. Também como Corrallo o presidente da Bos- ch mostra-se confiante nos reflexos positivos que o Inovar-Auto propiciará ao mercado brasileiro: “A busca por eficiência energética e novas tecnologias estreitará ainda mais os contatos das montadoras com os sistemistas. Já tínhamos troca de know how e o novo regime automotivo veio para ampliá-la”. Botelho lembra que o flex fuel, por exemplo, abriu muitas portas de comunicação, inclusive com chineses e coreanos. Com relação ao corpo direti- vo da Bosch no Brasil diz que ainda é meio a meio brasileiros e alemães, com aumento crescente da participação de mulheres em cargos de liderança: “É importante ter gente de fora aqui e brasileiro lá fora. Hoje nossos profissionais estão indo para Chi- na, Estados Unidos, Europa, parte de programa de intercâmbio da companhia. O Brasil hoje serve de escalada para os profissionais da empresa”. Sonho e busca. Paulistano e corintiano como Corrallo, o presidente do Grupo Valeo, Mano- el Alencar, também reconhece que se preparou para um dia assumir a presidência de uma multinacional: “Foi um sonho e uma busca em minha carreira. Tra- balhei quase que o tempo todo em autopeças nas áreas comerciais e de finanças, além da industrial. Sempre buscando um sonho”. Na Valeo desde setembro de 2000 Alencar é for- mado em engenharia mecânica pela FEI, com pós- graduação em administração de empresas pela FAAP e MBA pela Insead, na França. Seu primeiro cargo na empresa foi o de diretor geral da VSS, sistemas de segurança, e na sequência ocupou várias diretorias até chegar à presidência. Atualmente é a direção local do Grupo Valeo, onde os brasileiros são a grande maioria: “No pri- meiro nível da companhia temos só um estrangeiro. Dentre os gestores, 10% são expatriados, e antes eram 30%”, revela Alencar. “Nos últimos cinco a sete Besaliel Botelho, da Bosch Simão Salomão AD 285 - Gestão.indd 42 30/04/2013 00:25:13
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