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42 Junho 2022 | AutoData ECONOMIA CIRCULAR » BIOENERGIA do biodigestor, do purificador de biogás, do gerador e da estação de abastecimen- to de biometano para veículos”, observa Luzzi. Segundo ele está tudo dentro do pacote, inclusive o financiamento de fá - brica em até seis vezes sem juros, ou por instituição financeira parceira que oferece planos de sessenta meses. Já existem projetos em andamento. EmMinas Gerais o Sekita, um dos maiores produtores de hortaliças do País, também começou a produzir leite para tornar viável a produção de biofertilizante de alta qua- lidade para uso próprio – e terá o biogás como mais um produto deste processo. Também em Minas, na fazenda Palmito- -Agropecuária REX, uma grande produtora de leite, a MWM está iniciando a instalação de uma usina de bioeletricidade que utili- zará biogás de um sistema de biodigestão que já produz o biofertilizante para plan- tações de café na propriedade. Embora o negócio esteja focado ini- cialmente no agronegócio Luzzi lembra que nada impede a produção e uso de biogás para geração de energia e trans- porte no ambiente urbano das cidades, onde também existem muitas fontes de extração, como aterros sanitários e esta- ções de tratamento de esgotos: “Podemos aproveitar esse potencial também”. CONVERSÃO DE CAMINHÕES Omesmo financiamento pode ser usa - do para converter caminhões para usar gás natural e biometano –os dois combustíveis gasosos têm a mesma estrutura química e podem ser usados sem distinção no mesmo motor. O serviço, segundo Luzzi, custa cerca de um décimo do preço de umveículo zero-quilômetro equivalente a diesel e ainda resulta em emissões muito menores de poluentes e CO2. “Como valor de umcaminhão novo nós podemos fazer de oito a dez conversões, que incluem a troca do motor, cilindros de gás, dutos e válvulas. Nós fazemos o servi- ço completo e damos garantia de fábrica. O proprietário não precisa se preocupar comnada. Ele terá umveículo comomes- mo desempenho de um modelo diesel, mas com mais economia: o biometano é 30% mais barato e o custo operacional é 10% menor.” Nesse processo o executivo lembra ainda que o motor diesel retirado fica com o dono do veículo, que eventualmente poderá reconvertê-lo se for mais conve- niente para revenda. Em maio a MWM começou a fazer a primeira transformação para gás de um caminhão médio de 23 toneladas, para cliente do setor sucroalcooleiro. Luzzi revela que “o ritmo está acelerado, com várias entregas já previstas para os pró- ximos meses, além de muitas consultas”. AMWM desenvolveu inicialmente dois motores a gás para uso veicular e outros dois para seus geradores de energia. São propulsores ciclo otto de quatro ou seis cilindros, respectivamente de 4,8 ou 7,2 litros. O motor menor equipa geradores de 80 a 215 kVA e caminhões de 170 cv a 190 cv, o maior gera de 250 a 450 kVA ou impulsiona veículos de 260 cv a 315 cv. Ao mirar pequenos produtores rurais a MWM lançou umgerador a biogás menor, de 40 kVA, impulsionado pelo seu motor 229, de três cilindros e 3,1 litros. Para quem precisa de mais força a fabricante fechou acordo com a Scania para o fornecimento demotores a gás de 13 litros e seis cilindros, capazes de gerar de 250 a 450 kVA.

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