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105 AutoData | Julho 2022 23 Julho 2010 | AutoData | Impulsionadas pela retomada dos mercados da América Latina, em especial o da Argentina, as exportações de veículos deram um salto e caminham para voltar ao patamar pré-crise já este ano absoluta em exportações nos últimos anos. De cada dois veículos brasileiros exportados, na média, um tem levado o logotipo da marca alemã, relação man- tida nos cinco primeiros meses de 2010. Em 2009 foram 210,7 mil dos 475,3 mil de todas as quinze fabricantes. Ao praticamente dobrar seus embarques em 2010 a Volkswagen foi responsável também pelo grande salto dos CKDs despachados. Natural: dos mais de 87 mil kits exportados de janeiro a maio, apenas 4 mil não eram Volkswagen. O que mudou de dezembro para cá? Parte da explicação – a maior, com certeza – está bem perto, na Argenti- na, historicamente o principal destino dos veículos brasileiros. Se o mercado argentino ainda não retornou ao ritmo de 2008, tem superado em muito os resultados do ano passado. Levanta- mento da Adefa, a associação argenti- na das fabricantes de veículos, indica que de janeiro a maio foram vendidos 257,6 mil automóveis e veículos co- merciais, alta de 40% na comparação com o mesmo período de 2009. Esse índice deve recuar um pouco neste segundo semestre, até porque o segundo semestre do ano passado foi um tanto melhor, como lembra Luiz Flores, gerente de exportações da Ford, fabricante que registrou vendas externas 21% maiores até maio. “Tem muita gente comemorando, mas é bom lembrar que o mercado argentino caiu muito no ano passado, em especial no primeiro semestre”, recorda. No entanto Flores reconhece que a demanda na Argentina tem crescido, empurrada pela melhora de alguns fatores macroeconômicos e pelo cré- dito facilitado nos últimos meses. Ao longo do segundo semestre de 2009 e até fevereiro, admite, a Ford brasileira, por precaução e ainda desconfiada da capacidade de compra dos argentinos, enviava para o país vizinho menos do que o encomendado pela Ford Ar- gentina. “De lá para cá estamos entre- gando tudo”, diz Flores, que chama a atenção, contudo, para o risco que a inflação argentina, projetada para per- to de 25% este ano, pode representar mais à frente. Mas até dezembro, imaginam vá- rios dos executivos ouvidos pela re- portagem, a toada será a mesma, com a curva apontando para cima. “A nossa expectativa é de que as exportações cresçam no segundo semestre no mes- mo ritmo verificado no primeiro”, afir- ma Marcos Vinícius Moya, diretor de vendas e exportação da Volkswagen do Brasil, que confirma a retomada da Argentina e México, além de ou- tros mercados da empresa, como os responsáveis pela recuperação das ex- portações da empresa. Para a Argentina a Volkswagen en- viou 35,7 mil veículos até maio, 53% a mais. Para o México seguiram 14,5 mil, crescimento perto de 32%. No começo de julho a Adefa colo- cou mais lenha na fogueira ao rever sua projeção de produção para 2010 e apontar agora 680 mil unidades, novo recorde. Sinal de que, além do Brasil, o mercado interno agentino vai mes- mo muito bem. Dados mais recentes da Fiat indicam que os argentinos de- verão comprar algo como 550 mil veí- culos este ano, 12% a mais do que em 2009. E Alain Tissier , vice-presidente da Renault, é um tanto mais otimista, e não descarta até 600 mil veículos. “A recuperação da Argentina tem sido além da esperada”, reconhece, embora lembre que no primeiro semestre uma parte das vendas se deveu à reposição dos estoques argentinos. AD 251 - Exportações.indd 23 8/7/2010 21:56:02
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