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» EDITORIAL AutoData | Julho 2022 Diretor de Redação Leandro Alves Conselho Editorial Isidore Nahoum, Leandro Alves, Márcio Stéfani, Pedro Stéfani, Vicente Alessi, filho Redação Pedro Kutney, editor Colaboraram nesta edição André Barros, Caio Bednarski, Soraia Abreu Pedrozo, Wilson Toume Projeto gráfico/arte Romeu Bassi Neto Fotografia DR e divulgação Capa SERSOLL/Shutterstock.com (foto) Comercial e publicidade tel. PABX 11 3202 2727: André Martins, Luiz Giadas e Luiz Martins Assinaturas/atendimento ao cliente tel. PABX 11 3202 2727 Departamento administrativo e financeiro Isidore Nahoum, conselheiro, Thelma Melkunas, Hidelbrando C de Oliveira, Vanessa Vianna ISN 1415-7756 AutoData é publicação da AutoData Editora e Eventos Ltda., Av. Guido Caloi, 1000, 4º andar, sala 434, bloco 5, 05802-140, Jardim São Luís, São Paulo, SP, Brasil. É proibida a reprodução sem prévia autorização mas permitida a citação desde que identificada a fonte. Jornalista responsável Leandro Alves, MTb 30 411/SP autodata.com.br AutoDataEditora autodata-editora @autodataeditora Por Pedro Kutney, editor O mercado de lado – e para baixo N ão deu para segurar. As projeções de crescimento feitas em janeiro, que já não erammuito ambiciosas, foram à lona após um semestre em que as vendas de veículos no País caíram 14,5% em comparação com a primeira metade de 2021, que já não tinha sido grande coisa. Diante dos fatos, Anfavea e Fenabrave revisaram para o lado suas expectativas. A entidade que reúne os concessionários esperava expansão das vendas de 7,4% este ano, incluindo automóveis, comerciais leves, ca- minhões e ônibus. Agora prevê, no máximo, um honroso zero a zero, os mesmos 2,1 milhões de veículos de 2021, o que avalia ser “bom” diante das adversidades – entendidas no momento como falta de veículos suficientes para atender os pedidos, por causa da persistente falta de componentes para produzi-los, o que ainda encobre a crise de demanda que se avizinha, com preços e juros em combinada alta perversa, tirando o poder de compra da clientela. Esta outra crise, a de demanda, deverá ficar melhor exposta só em 2023, quando o problema da escassez de chips começar a ser resolvido. A associação dos fabricantes também vê cenário parecido, mas ainda coloca sua projeção de vendas do ano no campo positivo, reduzida de 8,5% para insignificante 1% sobre 2021. Para a produção, reduziu sua expectativa de expansão de 9,4% para 4,1%, ou 2,3 milhões de unidades. Só as exportações devem crescer acima do projetado, de modestos 3,6% para expressivos 22,2%, para 460 mil veículos – ainda que a base de comparação seja bem baixa. O fato é que será difícil alcançar as projeções, mesmo revisadas para baixo, porque para serem alcançadas tornam necessária aceleração das vendas na casa dos 40% no segundo semestre sobre o primeiro, muito acima da média histórica de crescimento no período. Para além de quando e se o problema da produção for resolvido, está difícil enxergar quantos clientes vão sobrar com poder de pagar R$ 130 mil, na média, por um carro zero-quilômetro. O mercado que agora anda de lado já começa a apontar para baixo.

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