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36 Agosto 2022 | AutoData ANIVERSÁRIO » KIA SUCESSO NAS NOVELAS O total de 2 mil 236 veículos Kia foram vendidos no primeiro ano completo de operação no Brasil, em 1993. O Sephia, primeiro carro de passeio, e a Besta Am - bulância entraramno portfólio. E a primeira ação demarketing quemudou a história da Kia no Brasil foi feita na novela Renascer, na Rede Globo: o personagemde Antônio Fagundes entrou em uma concessionária Kia e saiu de lá com um caminhão Ceres. “Foi a grande virada”, conta José Luiz Gandini. “Merchandising em novelas sem- pre deu muito resultado. São inúmeros os casos de clientes que chegam à conces- sionária pedindo o carro da Carminha ou o modelo do comendador. E temque ser da mesma cor que aparece na novela.” Hoje a Kia está fora das novelas devido ao volume reduzido de vendas, reflexo das dificuldades de produção enfrenta - das pela matriz por causa da crise global de abastecimento de peças. Mas Gandini admite a intenção de, umdia, voltar a fazer merchandising no horário mais caro da TV brasileira. Não foi só em novelas: a Kia do Brasil sempre demonstrou agressividade em publicidade. Patrocinou times de futebol, como o Palmeiras, e estampou sua marca na Copa do Brasil. Lá fora a planificação mercadológica da marca coreana é se - melhante, com patrocínio a competições europeias e até na Copa do Mundo. AO SABOR DE CÂMBIO E IMPOSTOS As canetadas do governo afetaram, para o bem e para o mal, o desempenho da Kia no País, em história que se confunde com a de outros importadores que tenta- ram a sorte aqui depois da abertura dos anos 1990. A primeira mudança veio em 1994 e foi positiva: naquele ano o imposto de importação de veículos, que no início da década era de 85% e já tinha caído a 40%, foi reduzido para 35% e, em setem - bro, para 20%, em ambiente ainda melhor pela paridade cambial trazida pelo Plano Real. Mas o País não tinha reservas cambiais para bancar compras externas e a festa dos veículos importados durou pouco: em fevereiro de 1995 a alíquota subiu para 32% e, em março, para 70%. Apartir de 1995, como RegimeAutomo - tivo, a intenção era incentivar a produção local por meio de incentivos ao setor, o que atraiu as chamadas newcomers, que podiam importar comdesconto na alíquota desde que apresentassem um plano de investimento na produção nacional. A Kia, por meio da associação dos importado - res, aAbeiva, negociou na Câmara Setorial Automotiva um sistema de cotas para as importadoras com abatimento de 50% no imposto de importação em 1996. Assim a empresa conseguiu fôlego e suas vendas voltaram a crescer. Quatro anos depois as cotas deixaram de existir e o imposto de importação su - biu a 35%, sem limite de volumes, onde permanece estacionado até hoje, apesar da promessa, jamais cumprida, de ceder a 23%. Em 2000 a Kia bateu recorde de vendas, ajudada pelo câmbio favorável, com 16,8 mil unidades, recuperando-se rapidamente da maxidesvalorização do real um ano antes, que havia derrubado os volumes para 8 mil veículos. Os volumes foramcrescendo ano a ano até que a Kia global passou por transfor - mação após a contratação do designer A van Besta e o importador Gandini: primeiro sucesso da Kia no Brasil, foi o modelo mais vendido da marca nos anos 1990 até sair de linha, em 2005.
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