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49 AutoData | Agosto 2022 os produtos e o modelo de negócios de grande parte da enorme cadeia do setor. Já escutamos de tudo um pouco em congressos e seminários de AutoData e em diversas entrevistas com importantes executivos do setor. Muitos deles dizem que a indústria automotiva nacional corre sério risco de acabar se não direcionar seus investimentos para a eletrificação. Também já disseram que o País, mais uma vez, tema oportunidade única de de- monstrar ao planeta que seu etanol e outros biocombustíveis representamuma viamais rápida e eficiente para a descarbonização – ainda que até omomento essa viabilidade só esteja presente quase aqui mesmo. Há ainda aqueles que avistam uma longa e desigual transição energética dos veículos, por décadas adiante, com os motores a combustão interna dominan- do mercados que não terão clientes com poder aquisitivo para consumir os caros modelos elétricos. Jeerasak banditram/Shutterstock.com Essa multiplicação de pontos de vista turva o foco, dificulta ao setor automotivo no Brasil criar união para traçar um plano certeiro e direcionar investimentos para a mobilidade descarbonizada. São escolhas a fazer que colocam em jogo não apenas o resultado positivo que qualquer negócio almeja mas o destino de milhares de em- pregos diretos e indiretos, a manutenção das cadeias de fornecimento de insumos, a continuidade de programas de pesquisa e desenvolvimento importantes para a evo- lução do conhecimento e dos produtos, o atendimento aos desejos do consumidor e, emúltima análise, os rumos do País e de como ele se posicionará no mundo. PROBLEMA NA FONTE Aquestão central para a descarboniza- ção do planeta ainda não é abordada com prioridade. O que se conhece como uma das vantagens competitivas do Brasil, a matriz energética limpa, é omaior problema

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