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87 AutoData | Agosto 2022 versou no seu período no Brasil Di Si mos- trou estar feliz com o passado recente e com seu futuro na porção Norte das Amé- ricas, mas avisa: “Quando tudo isso acabar volto a morar aqui”. Di Si deixa a direção da Volkswagen na América do Sul com a casa arrumada para seu sucessor – ainda não divulgado –, com linha de produtos renovada, balanço no azul após muitos anos de prejuízo e um novo ciclo de investimento na região de R$ 7 bilhões, aprovado no fim de 2021. No início deste ano o executivo foi nome- ado chairman executivo da Volkswagen na América Latina e já tinha passado a direção da operação no Brasil para o COO Ciro Possobom, que também acumula o cargo de vice-presidente de finanças e de estratégia de TI. Presidente da Volkswagen no Brasil e América Latina desde 2017 Di Si é, pos - sivelmente, o argentino mais brasileiro que já dirigiu a companhia por aqui – sua mulher é brasileira, seus dois filhos nasceram aqui e ele já tinha morado no País nos anos 2000 trabalando no anti - fo Grupo Fiat/FCA. Em uma corporação quase sempre liderada por alemães ele representou uma disrupção na cultura organizacional que impulsionou a trans- formação da empresa, hoje mais aberta e lucrativa. Di Si considera que sua principal con- quista por aqui foi ter unido as pessoas em torno do objetivo comum de recuperar a empresa: “Conseguimos transformar a Volkswagen e adotar o trabalho em equi- pe que venceu as dificuldades. Sem isso nada teria acontecido”. O executivo chegou com o Polo, o pri- meiro dos vinte lançamentos que renova- ramcompletamente o portfólio de produtos da Volkswagen no Brasil e na América do Sul nos cinco anos seguintes, incluindo a produção local de três SUVs, T-Cross e Nivus no Brasil e Taos na Argentina. E Di Si está deixando o posto com outro proje- to bem encaminhado, o Polo Track, novo carro de entrada construído sobre versão simplificada da plataforma global MQB, que substituirá o icônico Gol. DIGITALIZAÇÃO E ETANOL Dentre outras conquistas Di Si conse- guiu convencer a direção da Volkswagen a incluir o etanol e outros biocombustíveis em seu plano global de descarbonização, criando uma opção viável para países onde carros elétricos não são viáveis. Para isso fechou 27 parcerias comempresas do setor e universidades para desenvolver e promo- ver o uso do bioetanol, alémde criar dentro da fábrica Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, o Centro Global de P&D para Biocombustíveis. Outramarca da gestão Di Si foi o avanço da digitalização, algo que aumentou o pro- tagonismo global da subsidiária brasileira no grupo. O sistema de infoentretenimento VWPlaydesenvolvido no Brasil hoje equipa carros damarca emmais de setenta países. O Nivus também é símbolo do progresso digital: foi o primeiro VW projetado inte- gralmente com ferramentas virtuais, o que cortou pela metade o tempo de desen- volvimento e economizou alguns milhões de dólares em protótipos. Também foi o primeiro projeto exportado pela empre- sa no Brasil para a Europa: hoje o modelo é produzido na Espanha para o mercado europeu com o nome Taigo. Está aí algo que, na visão de Di Si, po- deria ter ido além: “Avançamos muito na digitalização, mas poderíamos ter avançado de três a cinco vezes mais. É algo quemeu sucessor poderá fazer”. MERCADO A CONQUISTAR Nos Estados Unidos Di Si não deve pre- cisar reverter nenhum prejuízo pois isto já foi feito pelo seu antecessor, o estaduni- dense Scott Keogh, mas terá a missão de acelerar o crescimento da Volkswagen no segundo maior e mais rentável mercado do mundo, onde a marca tem modesta participação de 2,5%. Para isso, ele diz, quer integrar ao máximo as operações da empresa nas Américas. Hoje os mercados daAmérica do Norte são abastecidos pela fábrica de Chattanoo- ga, Tennessee, onde são produzidos o SUV de grande porteAtlas e o SUVelétrico ID.4 – a produção começou lá no fim de julho
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