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88 Agosto 2022 | AutoData GESTÃO » EXECUTIVOS –, e a de Puebla, México, que produz os SUVs Taos e Tiguan e o sedã médio Jetta. E já existe mais uma marca em ges- tação. Depois de fazer a subsidiária parar de perder dinheiro Keogh foi o indicado para presidir a Scout e relançar a antiga marca de utilitários esportivos, que será reaberta agora como mais uma divisão do Grupo VWpara produzir picapes e SUVs elétricos para os mercados da América do Norte. Contador e administrador de empresas por formação aos 53 anos Di Si entende que não precisará chegar aos 63 para se aposentar. Antes disso ele diz pretender fazer exatamente o contrário: voltar amorar no Brasil, velejar e despendurar as chuteiras para jogar bola com os amigos. A FRITURA DE DIESS Logo depois de acertar a ida de Di Si para a América do Norte Herbert Diess foi demitido ao voltar dos Estados Unidos para a Alemanha, ainda sob efeito do jet lag da viagem. O executivo foi nomeado presidente da Volkswagen em 2015, vindo do Grupo BMW, e chegou justamente no momento emque o grupo passava por sua pior crise de imagem. No escândalo que ficou conhecido como dieselgate, quando a companhia respondeu judicialmente e pagou multas bilionárias por fraudar as emissões demo- tores diesel usados por veículos dasmarcas do Grupo VW, foi Diess quem conduziu a companhia para fora do atoleiro com um arrojado emultibilionário plano para tornar amarca líder na produção global de carros elétricos. O sucesso de Diess, alçado à presidên- cia do GrupoVWem 2018, também traçou sua derrocada. Conhecido pelo dinamismo e por falar o que pensa, desagradoumuitos que o tratavam como alguém de fora da cultura da companhia. Diess queria copiar na VW o caminho ágil e altamente rentável da Tesla, corpora- ção pela qual nunca escondeu sua admi- ração – ironicamente em2015 ele declinou de convite para trabalhar na empresa de Elon Musk para aceitar o da Volkswagen. O executivo até conseguiu acelerar o passo de eletrificação do grupo, mas sem o retorno esperado pelos acionistas para os investimentos projetados de € 89 bilhões para lançar carros elétricos e desenvolver softwares. Mesmo após cortes bilionários e de trabalhar em um acordo com intenção de demitir 30 mil empregados a rentabi - lidade da Volkswagen ficou a milhas de distância da admirada Tesla. O plano colocou Diess em rota de coli- são comos trabalhadores, que têmgrande representação na companhia commetade dos assentos do conselho de supervisão. As animosidades eram escancaradas nas redes sociais, onde representantes sindi- cais acusavamDiess de viajar demais pelo mundo enquanto as linhas de produção estavamparadas por falta de componentes. Pablo Di Si: de mudança do Brasil para os Estados Unidos
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