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16 FROM THE TOP » RICARDO BACELLAR, CONSELHEIRO SAE BRASIL Setembro 2022 | AutoData para o setor de transportes no Brasil por muitos anos à frente? Ao menos no curto prazo, em uma ja- nela de cinco anos, a pesquisa deixa claro que ninguém acredita em uma solução que ameace a dominância do diesel. Mas pondero que este resul- tado também está ligado ao fato de a pesquisa ter ouvido maior número de transportadores de longa distân- cia, operações que não têm muita al- ternativa ao diesel. Se fossem clientes de caminhões urbanos, por exemplo, eles são mais propensos aos veículos elétricos e talvez o peso desta opção fosse maior nas respostas. Os clientes destemercado demonstram que conhecem as novas tecnologias de propulsão mesmo que elas ainda não estejam amplamente disponíveis? Sim, até porque são compradores de produtos para o trabalho e eles pre- cisam conhecer todas as alternativas disponíveis. Também são represen- tantes de grandes empresas, não são pequenos consumidores. Eles têm de saber onde pisam, porque o nível de responsabilidade por qualquer decisão é muito elevado: então sabem o que es- tão comprando e os riscos envolvidos. A pesquisa aferiu o quanto os clientes estão dispostos a assimilar custos ex- tras para adotar tecnologias limpas de propulsão? Esta é uma das mais preciosas informa- ções que o estudo traz, porque mostra para a indústria o quanto os clientes têm disposição de pagar mais para diminuir as emissões de carbono de seus ca- minhões. A pesquisa descobriu que a maioria, quase 60% dos ouvidos, aceita conversar sobre aumentos de até 5% nos custos. É um dado novo muito im- portante porque surpreende a indústria, que na mesma pesquisa tem posição até mais cética sobre isso, avalia que o cliente tem pouca ou nenhuma pro- pensão a pagar mais por tecnologias limpas. Neste sentido o estudo também Rafael Cusato “ A pesquisa indica que dois terços dos clientes ouvidos pretendem comprar caminhões novos em quatro anos. Mas quando perguntamos se estes caminhões terão propulsão limpa, diferente do diesel, pouco mais de dois terços dizem que não.”

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