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40 Setembro 2022 | AutoData EVENTO » AMÉRICA LATINA Em uma visão surpreendente a vice- -presidente da General Motors naAmérica do Sul, MarinaWillisch, enxerga na região polo exportador de veículos elétricos. A executiva disparou que o Brasil e o sub- continente têmpapel fundamental na dis- rupção do setor automotivo e da transfor- mação damobilidade rumo à eletrificação. “AGM acredita que o Brasil e a América do Sul têmpotencial enorme de tornarem- -se atores importantes no futuro da mo- bilidade elétrica. Apostamos que o País pode ser polo de produção, exportação e desenvolvimento tanto de produtos como de tecnologias da eletrificação.” Willisch citou como motivos que refor- çam essa visão da GM o mercado consu- midor desenvolvido e ávido por tecnologia e inovação, além das maiores reservas de minerais próprios para a produção de baterias estarem localizadas na América do Sul, incluindo lítio, manganês, níquel, nióbio e grafite. “Sabemos que mais de 50% do custo dos veículos elétricos se deve às baterias. A mobilidade elétrica domundo dependerá dos nossos minerais. Por que, então, não transformar essa exportação de commodity em um grande negócio? Gerar e agregar valor. Deixar de ser o Brasil colônia e se transformar em um grande exportador de veículos elétricos.” OLHO NA COMBUSTÃO Anfavea e Adefa, que representam as montadoras no Brasil e na Argentina, pensam diferente da executiva da GM. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, projetou que, em ummercado glo- bal de cerca de 80 milhões de unidades, serão pelo menos 20 milhões de veícu- los não eletrificados. Eles precisarão ser produzidos em alguma região, o que, na sua visão, abre grande oportunidade para Brasil e Argentina se tornarem uma base exportadora para atender boa parte dessa demanda: “Muitos países da Europa não poderão nem produzir veículos a combustão. Isso abre espaço para os que têm indústria com alta capacidade e tecnologia, caso das fábricas no Mercosul. Podemos aten- der a essa demanda por dez, quinze ou vinte anos, mas ainda temos de avançar na questão de preços e custos”. Gustavo Salinas, vice-presidente da Adefa, lembra que muito trabalho pre- cisa ser feito para que a região seja mais competitiva. O executivo, assim como seu colega daAnfavea, propõe amaior integra- ção das indústrias para que a região seja protagonista das exportações no futuro: “Temos de seguir trabalhando junto com os setores público e privado em bus- ca de mais harmonia da indústria dos dois
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